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Especialistas não esperam "nada" dos Estados na Rio+20

"Sou otimista, mas só em relação à sociedade civil, dos Estados não espero nada", assegurou o pesquisador Pena Vega

O Brasil também foi bastante criticado por sua política ambiental e pela aprovação do novo Código Florestal (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

O Brasil também foi bastante criticado por sua política ambiental e pela aprovação do novo Código Florestal (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2012 às 14h19.

Paris - Especialistas ambientais que participarão da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20 asseguraram nesta terça-feira na apresentação do "Manifesto pelo Retorno à Terra", em Paris, que não esperam "nada" dos Estado e que a esperança de mudanças é a "sociedade civil".

"Na cúpula existirá um confronto entre os países do norte, preocupados pela crise, e as potências emergentes, que têm apenas interesse no crescimento e não querem nem ouvir falar de questões ecológicas", disse o pesquisador Alfredo Pena Vega, que assinou o manifesto ao lado do filósofo e sociólogo francês Edgar Morin.

"Sou otimista, mas só em relação à sociedade civil, dos Estados não espero nada", assegurou Pena Vega.

Sua opinião se soma à de organizações ambientalistas como World Wide Fund (WWF), que alertou para o risco de fracasso da cúpula devido a falta de compromisso dos governantes.

O Brasil também foi bastante criticado por sua política ambiental e pela aprovação do novo Código Florestal.

Gert Peter Bruch, diretor da ONG Planeta Amazônia, que esteve presente na apresentação do documento, presidirá um seminário paralelo à Rio+20, entre os dias 18 e 20 de junho, no qual será discutido o uso de práticas sustentáveis na agricultura.

Presidido por Morin, o seminário também contará com a presença da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, a ex-candidata à presidência da França e ecologista Eva Joly e a ministra de Governo de Equador, María-Fernanda Espinosa.

"É necessário reforçar os laços entre o norte e o sul, entre a cidade e o campo", assinalou o responsável da Federação Nacional de Agricultura Biológica das regiões da França (FNAB), Stéphanie Pageot, presente na apresentação do manifesto.

No documento, os autores asseguram que "só o meio rural permitirá um renascimento econômico sustentável em uma perspectiva de proteção do meio ambiente, de preservação dos recursos naturais, de segurança alimentar e de qualidade de vida".

"O importante, além do fórum em si, é a etapa pós-Rio", disse Vega Pena sobre a conferência meio ambiental das Nações Unidas, que será realizada entre os dias 20 e 22 de junho no Rio de Janeiro. 

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