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Especialistas dizem que emprego voltará a crescer na Espanha

Para 2014, espera-se um aumento do PIB de 0,8%, contra o 1,4% de queda previsto para 2013, o que permitirá o início da criação de empregos


	Desemprego na Espanha: o relatório prevê uma melhora da atividade que permitirá a economia espanhola apresentar uma taxa de crescimento de 0,3% no quarto trimestre deste ano.
 (AFP / Cesar Manso)

Desemprego na Espanha: o relatório prevê uma melhora da atividade que permitirá a economia espanhola apresentar uma taxa de crescimento de 0,3% no quarto trimestre deste ano. (AFP / Cesar Manso)

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Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2013 às 14h40.

Amsterdã - O diretor do Conselho Empresarial para a Competitividade (CEC), Fernando Casado, e o economista José Manuel Campa, afirmaram nesta quarta-feira em Amsterdã que "uma criação de emprego substancial" se produzirá na Espanha a partir de 2014.

"Achamos que se as reformas que estão pendentes continuarem e com a estabilidade do euro e o bom ritmo das exportações, no final no segundo trimestre de 2014 poderemos começar a ver a criação de empregos", disse hoje à Agência Efe Casado antes de participar da apresentação em Amsterdã do relatório "Espanha, país de oportunidades".

O CEC, integrado por quase vinte grandes empresas espanholas, iniciou hoje na Holanda uma viagem internacional para apresentar este documento, com o qual se quer transmitir uma mensagem de otimismo sobre o futuro e as possibilidades de investimentos no país.

O relatório prevê uma melhora da atividade que permitirá a economia espanhola apresentar uma taxa de crescimento de 0,3% no quarto trimestre deste ano, após sete trimestres de recessão.

Para 2014, espera-se um aumento do PIB de 0,8%, contra o 1,4% de queda previsto para 2013, o que permitirá o início da criação de empregos.

Casado apontou que a Espanha "vive uma mudança de ciclo no terreno econômico" e explicou que já se produziram uma série de elementos positivos, "como as exportações e o impacto das reformas" empreendidas pelas autoridades espanholas.

O diretor do CIC também destacou "a confiança que está tendo o investimento estrangeiro, que mantém o mesmo ritmo que tinha antes da crise".


Já o economista e ex-secretário de Estado de Economia José Manuel Campa disse à Agência Efe que a Espanha "está começando um caminho no qual primeiro há uma recuperação do investimento e depois chegará a do emprego".

"Em 2014 veremos criações de emprego substanciais", disse Campa, que também é professor da escola de negócios IESE.

O economista afirmou, no entanto, que ainda restam "ajustes para realizar sobre situações do passado, especialmente nos setores imobiliário e financeiro, onde acho que se fizeram progressos importantes".

Campa destacou como uma das preocupações sobre a economia espanhola "a alta taxa de desemprego" para o contexto internacional.

"É preciso fazer grandes ajustes e isso levará tempo", acrescentou o economista, para quem depois disto virá um período de crescimento e emprego.

Para acelerar a criação de postos de trabalho, Casado disse que a União Europeia (UE) deveria conceder à Espanha "certa margem de consolidação fiscal de modo que os déficits que nos estão exigindo fossem um pouco mais suaves". O diretor da CEC afirmou também que é preciso que o governo continue a linha das reformas empreendidas e "não retroceda".

Casado frisou o grande crescimento registrados nas exportações espanholas nos últimos meses. Segundo dados do CEC, as exportações espanholas cresceram 25% acima dos níveis anteriores à crise, e em 2012 experimentaram uma grande diversificação, com aumento de 31% para a África, de 15% para a América Latina e de 12% para a Ásia, além de ter registrado um superávit comercial com a eurozona.

O CEC realizará a apresentação sobre as oportunidades de investimento da Espanha em 23 capitais de três continentes.

Integram o conselho empresas espanholas como Telefônica, El Corte Inglés, Mango, Grupo Barceló, Banco Santander, Repsol, Acciona, La Caixa, BBVA, Inditex, Grupo Planeta, Mapfre, ACS, Ferrovial, Havas Media Group, Mercadona, Iberdrola e o Instituto da Empresa Familiar (IEF). 

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