Mundo

Especialistas alertam para grave epidemia de malária na Venezuela

O grupo entregou uma "carta aberta" aos presentes ao fórum Malária nas Américas 2017, que ocorre nesta sexta-feira em Washington

Malária: "Esta é uma situação urgente já que a epidemia está se propagando rapidamente" (iStock/Thinkstock)

Malária: "Esta é uma situação urgente já que a epidemia está se propagando rapidamente" (iStock/Thinkstock)

E

EFE

Publicado em 3 de novembro de 2017 às 19h15.

Caracas - O Observatório Venezuelano da Saúde (OVS), com a iniciativa de um grupo de especialistas no tema, alertaram nesta sexta-feira que a malária se propaga rapidamente na Venezuela e entregou uma "carta aberta" aos presentes ao fórum Malária nas Américas 2017, que ocorre nesta sexta-feira em Washington.

No texto, "ex-ministros de Saúde e Assistência Social, unidos a especialistas em saúde mundial e pesquisadores qualificados" chamam a atenção para "a grave epidemia de malária na Venezuela".

"Esta é uma situação urgente já que a epidemia está se propagando rapidamente, afetando populações vulneráveis na Venezuela e países vizinhos", explicam os especialistas na carta.

Segundo dados do OVS, o país tem os piores índices de desempenho de malária na região desde o ano 2000. O órgão também ressalta um "aumento de casos de malária de 709%, um aumento de 521% de mortes relacionadas com a malária e um aumento de 540% na incidência parasitária anual (IPA)".

De acordo com a entidade, essa doença está presente em 17 estados que informam casos autóctones e exportam malária a países vizinhos (Brasil e Colômbia).

O OVS indica que o governo venezuelano "restringiu" o uso da informação epidemiológica e deixou de publicar dados desde 2014, mas afirma que "os dados oficiais correspondentes à semana epidemiológica Nº 26, de 2017, não publicados, mostraram um aumento de 70% dos casos de malária (comparado com 2016)", assim como o dobro do número de mortes relacionadas à malária.

Os especialistas afirmam que a crise na Venezuela trouxe como consequência um "sistema de saúde colapsado" que não aplica uma campanha de distribuição em massa de inseticidas de longa duração e tem uma limitada implementação da fumigação do interior de residências.

"O desabastecimento de provisões para o diagnóstico e o tratamento da malária é cada vez mais grave", acrescentou.

A análise destaca que os remédios utilizados para combater a doença são "insuficientes" e às vezes "ineficazes", o que também aguça a complexidade de outras epidemias que afetam a população como tuberculose, difteria, sarampo, sarna e HIV, entre outras.

Esta carta, entregue durante o fórum Malária nas Américas 2017, exige que a Organização Pan-Americana de Saúde a Organização Mundial da Saúde, entre outras, "apoiem e tomem ações urgentes" destinadas a controlar esta epidemia.

"É necessária uma resposta internacional urgente para controlar a pior epidemia de malária na região das Américas no século XXI", declararam os especialistas venezuelanos. 

Acompanhe tudo sobre:Crises em empresasMaláriaSaúdeVenezuela

Mais de Mundo

Brasileiros crescem na política dos EUA e alcançam cargos como prefeito e deputado

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada