Mundo

Especialista não acredita em acordo no Egito

Professor da PUC-RIo acredita que protestos só devem acabar se Mubarak deixar o poder

O professor destacou os acordos que Mubarak fez com EUA e Israel (AFP/Reprodução)

O professor destacou os acordos que Mubarak fez com EUA e Israel (AFP/Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2011 às 11h42.

Brasília – A probabilidade de que seja feito um acordo que dê fim às manifestações no Cairo é pequena, na opinião do professor do Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) Pedro Bocayuva. Segundo ele, a crise no Egito é profunda e deve levar o presidente Hosni Mubarak a sair do poder.

“[O fim da crise no Egito] Depende bastante das circunstâncias que vão ocorrer na rua em termos de níveis de confronto [egípcios e tropas do exército], níveis de desgaste, fome e paralisia econômica. E, de um ponto de vista internacional, é preciso ter muita cautela quando se pensar em intervenção”, destacou o professor, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Segundo o especialista, o presidente Mubarak ficou 30 anos no poder com a ajuda de regimes militares. “Ele [Mubarak] firmou acordos políticos depois da Guerra do Yom Kippur [Guerra do Ramadã, em 1973] com Israel e Estados Unidos quando o mundo árabe estava em crise. É um país exportador de petróleo com uma riqueza significativa e vigia isso com repressão militar direta.”

Desde o último dia 25 de janeiro, ocorrem no Egito manifestações contra a permanência do presidente Hosni Mubarak no poder. Após demitir todo o gabinete de ministros, Mubarak nomeou pela primeira vez, desde 1981, seu vice-presidente, o ex-chefe de inteligência Omar Suleiman. Milhares de pessoas ainda ocupam a Praça Central de Tahrir, no Cairo, ponto mais intenso das manifestações.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil garantiu que tem mantido contato com os brasileiros que estão no Egito e ajudado aqueles que querem antecipar o retorno ao país. O Itamaraty aconselha brasileiros a não viajar para o Egito e divulgou, em nota, que prestará toda ajuda necessária aos que ainda permanecem no país.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaDiplomaciaEgitoPolítica

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado