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Especialista em ebola diz que China corre risco

Peter Pior afirma que a questão a se perguntar é sobre a qualidade dos centros médicos na China


	Descobridor do vírus do ebola, Peter Piot: "os pacientes irão aparecer em qualquer país do mundo, mas a China é bastante vulnerável"
 (Denis Balibouse/Reuters)

Descobridor do vírus do ebola, Peter Piot: "os pacientes irão aparecer em qualquer país do mundo, mas a China é bastante vulnerável" (Denis Balibouse/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2014 às 10h10.

Tóquio - O cientista Peter Piot, que ajudou a descobrir o vírus ebola, afirma que está preocupado que a doença se espalhe para China, visto que muitos trabalhadores chineses viajam com frequência para a África.

Piot, que é diretor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, disse nesta quinta-feira, que com tantas trocas entre as regiões, a doença poderia facilmente se espalhar no país. "A preocupação que tenho é a de que não acho possível impedir as pessoas de viajarem. Os pacientes irão aparecer em qualquer país do mundo, mas a China é bastante vulnerável", disse.

Nesse contexto, Piot afirma que a questão a se perguntar é sobre a qualidade dos centros médicos na China. "Os que eu visitei têm um nível de controle de infecções muito pequeno", avalia.

Mais de 8,6 mil pessoas entraram na província de Guangdong, ao sul do país, vindo de áreas afetadas pelo ebola desde agosto. 

A China também tem diversos voos por mês que servem à regiões afetadas pela epidemia. Por isso, todos os passageiros vindos destes lugares estão sendo monitorados por três semanas e são postos imediatamente em quarentena se apresentarem febre.

Apesar disso, Piot diz que o controle feito pelo país de doenças infecciosas melhorou e as autoridades locais se tornaram mais abertas a riscos de saúde pública desde o surto de síndrome respiratória aguda grave (SARS, na sigla em inglês) no sul da China em 2002.

A doença infectou cerca de 8 mil pessoas ao redor do mundo, matando quase 800 pacientes.

O governo chinês também está engajado no combate ao abola na África, com a doação de US$ 86 milhões aos três países do oeste do continente mais afetados pela epidemia: Guiné, Serra Leoa e Libéria.

Cerca de 200 médicos chineses também foram enviados a estas nações para ajudar nos esforços humanitários.

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