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Espanha elege prefeitos em clima de mobilização social

Protestos em Madri devem ser mantidos até o próximo domingo

Movimento 15-M rejeita sistema favorável aos grandes partidos (Denis Doyle/Getty Images)

Movimento 15-M rejeita sistema favorável aos grandes partidos (Denis Doyle/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2011 às 12h51.

Os espanhóis votam neste domingo para eleger seus prefeitos e vereadores em eleições locais e regionais, marcadas pelo movimento reivindicativo 15-M, que rejeita o atual modelo político favorável aos grandes partidos, e pelos prognósticos de uma derrota para os socialistas.

Às 9 horas (4 horas de Brasília) os colégios eleitorais foram abertos aos cerca de 34,6 milhões de eleitores, que irão escolher 8.116 prefeitos e cerca de 68.400 vereadores.

Os espanhóis também devem eleger 824 deputados dos parlamentos de 13 das 17 comunidades autônomas espanholas, salvo o País Basco, Catalunha, Andaluzia e Galicia, que convocam suas eleições regionais em outras datas.

"A palavra para definir o dia eleitoral é normalidade", afirmou o subsecretário de Interior, Justo Zambrana, ao comparecer para a abertura dos colégios eleitorais, que também contou com a presença do chefe de governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero.

"Apelo para a responsabilidade de uma ampla participação eleitoral neste 22 de maio", afirmou Zapatero após depositar seu voto, lembrando que o voto "é o pilar fundamental do sistema de liberdades de nosso sistema democrático que tanto defendemos e que a imensa maioria dos espanhóis quer".

O líder do principal partido da oposição, o direitista Partido Popular (PP), Mariano Rajoy, convocou "todos a votar em quem quiser porque a democracia é voto".

As pesquisas preveem uma derrota para o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) nestas eleições, que pode perder alguns de seus tradicionais feudos, como os dois governos regionais de Castilla-La Mancha (centro) e Extremadura (oeste), e as prefeituras de Barcelona e Sevilha.

O dia eleitoral está marcado pelo movimento reivindicativo 15-M, que levantou acampamentos de protesto em várias cidades da Espanha para pedir uma "democracia real", considerando que o PSOE e o opositor Partido Popular, os dois grandes partidos espanhóis, não os representam.

"Claro que vou votar, mas para um partido pequeno. É preciso haver uma mudança no sistema político na Espanha para dar mais força aos partidos pequenos. Precisamos de uma mudança", disse neste domingo à AFP Ana Rodríguez, desempregada há dois anos, apesar de ter feito faculdade de engenharia, e que passou as últimas duas noites na Porta do Sol, em Madri.

Identificar propostas para "uma democracia limpa de corruptos", mais justa e representativa e que não governe sob o ditame dos mercados é a agenda do movimento, que afirma não representar nenhum partido político e que se estendeu por toda a Espanha e para algumas capitais do exterior.

"A crise foi uma lupa que tornou muito visíveis as desigualdades e privilégios", afirmou neste domingo o jornal El Pais.

Atingidos pela forte crise econômica e por uma taxa de desemprego de 21%, que sobe aos 44% entre os menores de 25 anos, dezenas de milhares de jovens voltaram a se reunir na noite de sábado na Praça Porta do Sol de Madri, onde já estão há uma semana acampados realizando diversos debates e assembleias nos quais discutem suas propostas.

Neste domingo, os manifestantes decidiram manter seu acampamento por pelo menos mais uma semana.

Os eleitores espanhóis têm até as 20 horas (15 horas de Brasília) para depositar seus votos, já que a partir desta hora os colégios eleitorais serão fechados e terá início a contagem dos votos.

Está previsto que o ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba, compareça por volta das 22 horas local (17h30 de Brasília) para dar os primeiros resultados provisórios, com cerca de 70% dos votos apurados.

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