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Espanha: desemprego sobe para 21,5% no terceiro trimestre

Índice foi um recorde entre os países industrializados, apesar da forte temporada do turismo de verão

Informações foram divulgadas hoje instituto de estatísticas INE (Wikimedia Commons)

Informações foram divulgadas hoje instituto de estatísticas INE (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2011 às 17h04.

Madri - A Espanha anunciou nesta sexta-feira dados importantes sobre sua economia, que podem comprometer os resultados das eleições parlamentares, a serem realizadas em três semanas: a inflação permaneceu estável em outubro, a 3%, e o índice de desemprego voltou a subir no terceiro trimestre, a 21,52%.

A inflação foi de 3%, mesmo resultado de setembro, quando o índice registrou alta na comparação com os 2,7% de agosto, segundo dados provisórios do Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

No mercado de trabalho, o índice de desemprego de 21,52% é um recorde entre os países desenvolvidos e o nível mais elevado desde 1996.

No fim de setembro, o número de pessoas sem trabalho na Espanha era de 4,978 milhões, contra 4,83 milhões no fim de junho (20,89%), segundo o INE.

A Espanha conserva portanto o triste recorde de desemprego nos países industrializados.

Parece quase impossível que o governo alcance sua meta de desemprego de 19,8% para o fim do ano. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê 20,7% da população ativa desempregada.

Para os socialistas no poder "trata-se de uma péssima notícia", diz Juan Carlos Martínez Lázaro, economista do IE Business School de Madri.

"Antes do verão, esperava-se que os dados de desemprego seriam bons e que ajudariam o governo atual nas eleições", disse.


Este trimestre costuma apresentar bons índices de emprego já que inclui a temporada turística, que este ano foi muito boa.

Ao final, as eleições foram adiantadas para 20 de novembro, mas as cifras foram não saíram conforme o esperado, "o que confirma a deterioração da economia espanhola", diz o economista.

"Quando o número de empregos cai no terceiro trimestre, isso quer dizer que a situação é muito grave, e as perspectivas para o final do ano são ainda piores, porque o último trimestre é geralmente pior que terceiro", disse Sandalio Gomez, do IESE Business School.

A batalha pelo emprego está no coração da campanha para estas eleições, enquanto que o desemprego recorde, assim como as medidas de austeridade frente à crise, valeram aos socialistas uma queda nas pesquisas de opinião.

Esta política de rigor teve um custo, disse na sexta-feira o ministro do Trabalho, Valeriano Gomez.

"São 40.200 empregos perdidos na administração pública neste trimestre, contra 39.200 criados no mesmo trimestre de 2010, e contra 50.700 criados no terceiro trimestre de 2009", disse.

* Matéria atualizada às 18h03

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