Atentado do ETA na cidade de Madri: governo não acredita em cessar-fogo do grupo (Arturo Rodríguez Castillo/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2011 às 12h25.
Madri - O Governo espanhol considera insuficiente o cessar-fogo declarado nesta segunda-feira pelo ETA e avalia que o comunicado divulgado demonstra que o grupo armado mantém as "mesmas pretensões de sempre", segundo o primeiro vice-presidente do Executivo e ministro do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba.
O ministro assinalou também que o Governo rejeita a pretensão da organização terrorista de que se estabeleça uma verificação internacional.
Em declarações prestadas à imprensa, Rubalcaba realizou a primeira avaliação do Governo espanhol sobre o cessar-fogo "permanente, de caráter geral, que pode ser verificado pela comunidade internacional", declarado nesta segunda-feira pelo ETA.
Segundo o vice-presidente e ministro do Interior, o comunicado do grupo armado "não é uma má notícia, mas não é a notícia", porque "não é o final, não é o que a sociedade espanhola espera".
"Pelo contrário", acrescentou, "é evidente que o ETA quer manter sua posição de tutela, de fiadora de uma suposta negociação e segue pretendendo que o fim da violência tenha preço".
No entanto, o ministro assinalou que nesta segunda-feira se sente "mais tranquilo do que ontem", mas reiterou que isto "não é o fim".
Rubalcaba aludiu ainda à Batasuna - organização ilegal que é considerada o braço político do ETA e que não poderá disputar as eleições municipais em maio -, reiterando que se quiser ser reincorporada aos partidos espanhóis terá que romper com o grupo armado.
"Ou o ETA deixa a violência de forma irreversível e definitiva ou a Batasuna rejeita sua relação com o ETA", assinalou, para afirmar que até agora isso não aconteceu.
Os principais partidos políticos espanhóis se pronunciaram na mesma linha que o Executivo ao considerar insuficiente a nova proclamação de cessar-fogo do ETA, já que não anuncia sua renúncia definitiva à violência.
A organização terrorista ETA anunciou nesta segunda-feira "um cessar-fogo permanente e de caráter geral, que pode ser verificado pela comunidade internacional".