Mariano Rajoy: os juízes deverão debater sobre a inconstitucionalidade ou não da moção dos separatistas catalães (Andrea Comas/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2015 às 13h28.
Madri - O Conselho de Estado da Espanha aprovou nesta terça-feira, por unanimidade, a apresentação de um recurso de inconstitucionalidade contra a resolução separatista aprovada ontem pelo parlamento da Catalunha.
Fontes do órgão disseram à Agência Efe que a Comissão Permanente do Conselho de Estado afirmou que "existem fundamentos jurídicos suficientes" para impugnar a declaração no Tribunal Constitucional.
O presidente do Governo da Espanha, Mariano Rajoy, tinha pedido ontem um relatório sobre a resolução aprovada pela câmara catalã.
O texto propõe o "desligamento" da região do restante do país e prevê que, no prazo de um mês, se inicie a "tramitação das leis de processo constituinte, de seguridade social e de fazenda pública", que estabeleçam as bases de uma hipotética República da Catalunha.
O relatório do Conselho de Estado servirá de fundamento jurídico para o recurso que o governo apresentará amanhã.
Se o Tribunal Constitucional aceitar o processo, algo que pode ocorrer na próxima quinta-feira, o efeito será a suspensão imediata da resolução por um período de pelo menos cinco meses.
Nesse período, os juízes deverão debater sobre a inconstitucionalidade ou não da moção dos separatistas catalães e chegar a uma decisão.
No entanto, a própria resolução de independência da região menciona que não respeitará as sentenças do Tribunal Constitucional.
A posição do Conselho de Estado foi divulgada enquanto, em Barcelona, será votada na tarde de hoje a permanência do nacionalista Artur Mas na presidência da região, cargo que exerce desde 2010.
Tudo indica que Mas não terá a maioria absoluta necessária porque, embora tenha o apoio dos 62 deputados da coligação Junts pel Sí, faltam ainda seis votos.
O grupo que apoiou a resolução independentista, a Candidatura de Unidade Popular (CUP), reiterou hoje mesmo que não apoiará Mas como presidente porque o vê vinculado a casos de corrupção e a uma política de cortes de gastos sociais.