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Espaço aéreo europeu permanece aberto após erupção de vulcão

Companhias aéreas devem se preparar para a possível propagação das cinzas ao longo da semana

Primeiro país atingido deve ser a Escócia, onde as cinzas chegariam na terça-feira (AFP)

Primeiro país atingido deve ser a Escócia, onde as cinzas chegariam na terça-feira (AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2011 às 17h53.

Paris - As cinzas do vulcão mais ativo da Islândia poderão se espalhar para as áreas ao sul da Europa na semana que vem, mas especialistas ainda esperam que o impacto no espaço aéreo seja limitado.

A erupção do Grimsvoetn atingiu, até agora, apenas a Islândia, que determinou o fechamento de seu espaço aéreo internacional. Uma espessa nuvem de cinzas bloqueou a luz do dia em cidades ao pé da geleira, onde fica o vulcão, e cobriu carros e edifícios.

A erupção é muito mais forte do que o vulcão mais ao sul que entrou em erupção no ano passado e fechou o espaço aéreo europeu por seis dias.

As companhias aéreas foram instruídas a se preparar para a possível propagação de cinzas até o fim da semana, durante uma conferência com especialistas em meteorologia e funcionários responsáveis pelo espaço aéreo europeu.

As cinzas poderão atingir o norte da Escócia ao meio-dia de terça-feira e outras parte da Grã-Bretanha, oeste da França e norte da Espanha na quinta ou sexta-feira se nada mudar, disseram autoridades climáticas.

Outros disseram que o impacto sob o transporte aéreo deveria ser mais limitado, já que os ventos estavam mais favoráveis, a nuvem mais pesada e que pouco provavelmente se espalharia, além de as autoridades terem uma maior tolerância para níveis de cinzas, disseram.

"Pode haver algum distúrbio, mas apenas por tempo muito limitado e apenas em uma área muito limitada", disse o professor de Geofísica da Universidade da Islândia, Magnus Tumi Gudmundsson.

"Vemos alguns sinais de que sua força está diminuindo um pouco, mas ainda é muito poderosa", disse Gudmundsson, acrescentando que a erupção é a mais violenta do vulcão desde 1873.


O escritório meteorológico da Islândia disse que a nuvem havia caído para entre 10 e 15 quilômetros de altura a partir da máxima de 25 quilômetros.

Escuro como a noite

Gudmundsson disse que a direção do vento estava diferente neste ano, significando que as cinzas estavam caindo principalmente em volta da Islândia. "Mas também de maneira muito importante as regras que são aplicadas hoje e os modelos são muito diferentes. A tolerância é muito maior", disse.

Dave Mcgarvie, vulcanólogo da Universidade Aberta Britânica, concorda. Segundo ele, qualquer cinza que atinja a Grã-Bretanha seria menor que no ano passado e acrescentou que a experiência adquirida desde 2010 levaria a uma menor perturbação.

A nova erupção do Grimsvotn, que explodiu pela última vez em 2004, lançou uma enorme coluna de fumaça e cinzas, que ultrapassou as nuvens da ilha do Atlântico Norte.

Grimsvotn fica embaixo da geleira Vatnajokull, no sudeste da Islândia, a maior geleira da Europa.

Áreas ao sul da geleira foram cobertas por grossas camadas de cinzas e, por várias horas, o sol ficou bloqueado.

"Parecia noite, assim como ocorre durante o inverno", disse Benedikt Larusson, falando da cidade de Kirkjubaejarklaustur.

"Agora está um pouco melhor, agora eu posso ver cerca de 100 metros, mas antes eu via cerca de 1 metro."

(Reportagem adicional de Tim Hepher, em Paris; de Kate Kelland, em Londres; de Christopher Le Coq, em Bruxelas; e de Ingolfur Juliusson, na Islândia)

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