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Eslováquia recolhe assinaturas para referendo de saída da UE

Se o partido de ultradireita alcançar 350 mil apoios, o presidente do país será obrigado a convocar a consulta vinculativa em um prazo de 30 dias

Eslováquia: para que o resultado seja válido, a participação na consulta tem que superar 50% do censo eleitoral (Getty Images)

Eslováquia: para que o resultado seja válido, a participação na consulta tem que superar 50% do censo eleitoral (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2016 às 10h39.

Última atualização em 17 de abril de 2019 às 11h48.

Praga - O partido ultradireitista Partido Popular Nossa Eslováquia (LSNS) lançou nesta segunda-feira uma campanha para recolher assinaturas a fim de convocar um referendo para que o país saia da União Europeia (UE).

Se o partido alcançar 350 mil apoios, cerca de 8% do censo eleitoral, o presidente do país, Andrej Kiska, será obrigado a convocar a consulta vinculativa em um prazo de 30 dias.

Para que o resultado seja válido, a participação na consulta tem que superar 50% do censo eleitoral.

"Os cidadãos da Grã-Bretanha decidiram rejeitar os ditados de Bruxelas. Entenderam que a permanência na UE significaria seu gradual desaparecimento", afirmou nesta segunda-feira em seu perfil do Facebook Marian Kotleba, líder do LSNS e governador da região de Banska Bystrica.

O dirigente afirmou que "é a hora de a Eslováquia saltar também deste Titanic europeu que afunda".

O LSNS, de passado neonazista, obteve 209 mil votos nas eleições legislativas de março e foi o quinto partido mais votado das oito formações que entraram no Conselho Nacional, onde tem 14 das 150 cadeiras.

Uma recente pesquisa da agência "Focus" mostra que 62,1% dos eslovacos querem permanecer na UE, na qual o país entrou em 2004, mas que só 27% veem positivamente o clube comunitário.

O partido de Kotleba foi o único na Eslováquia a celebrar o "Brexit", a saída do Reino Unido da UE decidida na quinta-feira passada em referendo.

A via do referendo foi fracassada na maioria dos casos em que foi usado na Eslováquia, devido à baixa participação.

Em 2015, uma consulta para vetar o casamento homossexual foi invalidada já que a votação teve uma participação de 22% do censo eleitoral.

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