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Escritório de Samaras é atacado na sede do partido em Atenas

Homens dispararam com fuzis kalashnikov nove tiros contra o segundo andar do edifício do conservador Nova Democracia, onde fica o escritório


	O primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras: os ataques criaram um clima de tensão entre o governo e o principal partido da oposição, o esquerdista Syriza (Yves Herman/Reuters)

O primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras: os ataques criaram um clima de tensão entre o governo e o principal partido da oposição, o esquerdista Syriza (Yves Herman/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2013 às 08h51.

Atenas - Vários tiros foram disparados na madrugada desta segunda-feira contra o escritório do primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, na sede de seu partido, o conservador Nova Democracia, em Atenas.

O porta-voz do governo, Simos Kedíkoglu, disse aos veículos de imprensa que por volta das 23h (de Brasília) homens dispararam com fuzis kalashnikov nove tiros contra o segundo andar do edifício, onde fica o escritório de Samaras.

Fontes da polícia confirmaram à Agência Efe que uma bala foi encontrada no interior do escritório de Samaras e outra no telhado do edifício.

Pouco depois do incidente, um automóvel que havia sido roubado foi encontrado queimado no bairro de Fáliro. As fontes acrescentaram que está sendo investigada a possível relação do carro com o ataque.

O incidente acontece em meio a uma nova série de atos violentos contra jornalistas, bancos e dependências dos partidos do governo.

Os ataques criaram um clima de tensão entre o governo e o principal partido da oposição, o esquerdista Syriza, que o Executivo de Samaras acusa de fomentar um clima antissistema.


"Usar parentes de políticos como alvo e disparar contra o escritório do primeiro-ministro são atos sem precedentes (na Grécia). Há uma tentativa de aterrorizar a sociedade", declarou hoje o porta-voz do governo, Simos Kedíkoglu à rádio pública "NET".

"Todo tipo de violência deve ser condenado, e embora Alexis Tsipras (líder do Syriza) tenha feito isso claramente há poucos dias, nem todos os parlamentares do Syriza o fazem", acrescentou.

O porta-voz do Syriza, Panis Skurletis, enfatizou que seu partido condena sem distinção o aumento perigoso da violência.

"Mas é perigosa também a estratégia do Nova Democracia de responsabilizar Syriza por esses atos, criando um clima de guerra civil", acrescentou.

Enquanto as autoridades partem da hipótese de que os ataques foram feitos por grupos anarquistas, de Syriza, o deputado Dimitris Papadimulas não quis excluir algum tipo de agente detonador da onda de violência.

"O ataque à sede de Nova Democracia com métodos próprios do crime organizado demonstra que há pessoas que ameaçam a democracia", disse por sua parte o partido socialista Pasok, da coalizão do governo, em comunicado.


Por sua vez, Andreas Papadópulos, porta-voz da esquerda moderada Dimar, que também faz parte do tripartite governamental, sustentou que toda "violência é fascismo e todas as forças políticas devem condená-la sem ambiguidade".

A série de atos violentos começou na madrugada da sexta-feira com o ataque coordenado com bombas caseiras contra as casas de cinco conhecidos jornalistas.

Na madrugada de sábado, os alvos foram duas sedes do Nova Democracia, um do Pasok e duas caixas eletrônicos em bairros da periferia de Atenas.

Na noite de ontem, vários caixas eletrônicos foram incendiados em diferentes pontos da capital.

Na madrugada de domingo, homens quebraram os vidros da entrada da casa do irmão do porta-voz do governo. Pouco depois, bombas caseiras danificaram uma dependência de Nova Democracia, e em um escritório da empresa pública de eletricidade, DEI. 

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