Mundo

Escritor Rushdie acredita que seria um erro atacar o Irã

Rushdie expressou sua esperança que o mundo possa conter o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para evitar um ataque contra o regime de Teerã


	Em relação à Síria, Rushdie qualificou a situação de ''catastrófica'' e disse que não acredita que o presidente sírio, Bashar al Assad, possa sobreviver no poder
 (Joseph Eid/AFP)

Em relação à Síria, Rushdie qualificou a situação de ''catastrófica'' e disse que não acredita que o presidente sírio, Bashar al Assad, possa sobreviver no poder (Joseph Eid/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2012 às 21h57.

Londres - O escritor Salman Rushdie, autor do livro ''Versos Satânicos'', afirmou que seria um ''grande erro'' atacar o Irã pelo desenvolvimento de seu programa nuclear.

Em entrevista à Agência Efe por ocasião da publicação de sua autobiografia ''Joseph Anton'', Rushdie expressou sua esperança que o mundo possa conter o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para evitar um ataque contra o regime de Teerã.

''A maior ameaça seria um ataque, seria um grande erro, seria uma bobagem, pois desestabilizaria o mundo inteiro'', disse o escritor, que em fevereiro de 1989 se viu obrigado a viver na clandestinidade depois que o aiatolá Khomeini do Irã convocou todos os muçulmanos a tentar matá-lo por considerar ''Versos satânicos'' blasfemos com o Islã.

Para o autor nascido na Índia e educado no Reino Unido, é ''uma tragédia que o Irã tenha este regime, pois é um país muito sofisticado, progressista, com mentalidade moderna, com visão de futuro e que foi empurrado à Idade Média''.

Rushdie contou que, após terminar seus estudos de História na Universidade de Cambridge em 1968, viajou de carro com um amigo e chegou até o Irã, um país que qualificou de ''formoso, aberto e com gente muito inteligente''.

Na entrevista, o escritor falou também do mundo árabe e da Síria, apesar de reconhecer que não é um especialista na política destes países.

Admitiu que é difícil antecipar o que pode acontecer nos países que viveram em 2011 a abertura democrática com as revoluções da chamada Primavera Árabe, mas não acredita que os ''fanáticos islâmicos cheguem ao poder, pois as pessoas não tolerariam''.

Em relação à Síria, Rushdie qualificou a situação de ''catastrófica'' e disse que não acredita que o presidente sírio, Bashar al Assad, possa sobreviver no poder.

''Quando um ditador chega tão longe (pela repressão), se distanciando de sua gente, não pode continuar, é questão de tempo'', ressaltou. 

Acompanhe tudo sobre:EscritoresIslamismoPolítica no BrasilProtestos

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado