Mundo

Escolhido de Trump para o FBI promete independência

Wray compareceu à audiência no Comitê Judiciário do Senado em meio a uma revolta a respeito de emails de Trump Jr. envolvendo a Rússia

Christopher Wray: ele prometeu se demitir caso o presidente lhe peça para fazer algo ilegal (Carlos Barria/Reuters)

Christopher Wray: ele prometeu se demitir caso o presidente lhe peça para fazer algo ilegal (Carlos Barria/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 12 de julho de 2017 às 17h08.

Washington - Christopher Wray, o escolhido do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para comandar o FBI, disse nesta quarta-feira que se recusaria a jurar lealdade a Trump, rejeitou a descrição do presidente da investigação sobre a interferência da Rússia na eleição do ano passado como uma "caça às bruxas" e prometeu se demitir caso o presidente lhe peça para fazer algo ilegal.

Wray, indicado por Trump em 7 de junho para substituir o demitido James Comey como diretor da Polícia Federal dos EUA, procurou afirmar sua independência do presidente republicano com firmeza e até disse que seria "altamente improvável" ele concordar em se encontrar com Trump em particular.

Wray compareceu à audiência de confirmação no Comitê Judiciário do Senado em meio a uma revolta em Washington a respeito de emails de 2016 envolvendo Donald Trump Jr., filho do presidente, divulgados na terça-feira.

Os emails mostraram que o filho do presidente concordou em se encontrar no ano passado com uma mulher que lhe disseram ser uma advogada do governo russo que poderia ter informações prejudiciais sobre a adversária democrata Hillary Clinton, parte do apoio oficial de Moscou a seu pai.

Wray se esquivou de perguntas específicas do senador republicano Lindsey Graham sobre os emails do filho de Trump, mas disse: "Quaisquer ameaças ou esforço de qualquer Estado-nação ou ator não estatal para interferir em nossa eleição é o tipo de coisa que o FBI gostaria de saber".

Donald Trump Jr. não notificou o FBI e escreveu que "adoraria" a oferta russa de informações sobre Hillary.

Wray, que pareceu bem encaminhado para obter a confirmação, também disse não ter motivo para duvidar das conclusões da comunidade de inteligência dos EUA, segundo as quais a Rússia interferiu na eleição para ajudar Trump a se eleger, em parte roubando e divulgando emails comprometedores para Hillary.

Na esteira da demissão de Comey, o Departamento de Justiça nomeou Robert Mueller, ele mesmo um ex-diretor do FBI, como procurador especial para averiguar a suposta interferência russa na corrida presidencial de 2016 para ajudar Trump a ser eleito e um possível conluio entre Moscou e associados de Trump.

Trump chamou o inquérito russo várias vezes de "caça às bruxas".

"Não creio que o diretor Mueller esteja em uma caça às bruxas", afirmou Wray a Graham.

Wray disse estar "muito comprometido" a apoiar Mueller em sua investigação, classificando-o como "o sujeito correto em pessoa e alguém por quem tenho um respeito enorme".

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)FBIRússia

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo