Brexit: a questão sobre a fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte após o Brexit fazia parte da 1ª etapa de conversas (Jeff J Mitchell/Getty Images)
EFE
Publicado em 9 de fevereiro de 2018 às 18h57.
Edimburgo - A ministra principal da Escócia, Nicola Sturgeon, reivindicou nesta sexta-feira que a Escócia consiga o mesmo acordo que a Irlanda do Norte caso a região se mantenha dentro do mercado único e a união aduaneira quando o Reino Unido sair da União Europeia (UE).
"Se a Irlanda do Norte permanecer no mercado único, o caso da Escócia não será apenas um argumento acadêmico do nós 'também', torna-se uma necessidade prática. Caso contrário, estaremos em desvantagem relativamente grande quando o assunto for atrair talentos e investimentos", afirmou Sturgeon em mensagem no Twitter.
A líder nacionalista se referiu às palavras do negociador-chefe da UE para o Brexit, Michel Barnier, que afirmou hoje que o bloco deve incluir no acordo final de retirada a opção de Irlanda do Norte ficar dentro do mercado único e da união aduaneira para evitar uma fronteira física com a República da Irlanda.
"É nossa responsabilidade incluir essa terceira opção no texto do acordo de retirada para garantir que não haja uma fronteira dura sejam quais forem as circunstâncias", afirmou Barnier durante uma entrevista coletiva posterior à última rodada de negociação.
A questão sobre a fronteira entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte após o Brexit fazia parte da primeira etapa de conversas que terminou em dezembro. Esta semana, as delegações britânica e comunitária mantiveram discussões técnicas a respeito.
Barnier afirmou que o governo da primeira-ministra britânica, Theresa May, ainda não anunciou qual seria a sua solução, mas a opção preferida de Bruxelas é que se mantenham as regras do mercado único e a união aduaneira em toda a ilha da Irlanda.
O governo de Sturgeon defende a permanência do Reino Unido no mercado único como a melhor opção para diminuir o impacto sobre a economia que o Brexit trará, mas um porta-voz do Executivo de May descartou permanecer em algum tipo de união aduaneira com a UE após a saída do clube comunitário.
Conforme um relatório oficial do governo britânico, a economia de todas as regiões britânicas vai desacelerar depois do Brexit, previsto para 29 de março de 2019, e só para a Escócia isso representaria uma queda de 2,5% a 9% do Produto Interno Bruto (PIB).