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Falta de remédios deixa Venezuela mais vulnerável ao zika

Atualmente, há falta de repelente para insetos e de anticoncepcionais, bem como de remédios para tratar as doenças associadas ao vírus


	Venezuela ameaçada pela zika: atualmente, há falta de repelente para insetos e de anticoncepcionais, bem como de remédios para tratar as doenças associadas ao vírus
 (Alvin Baez / Reuters)

Venezuela ameaçada pela zika: atualmente, há falta de repelente para insetos e de anticoncepcionais, bem como de remédios para tratar as doenças associadas ao vírus (Alvin Baez / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2016 às 14h53.

Caracas - Diante da crise do sistema de saúde e da profunda escassez de medicamentos que assola a Venezuela, a população local não quer contrair nenhuma doença, ainda mais o vírus da zika.

Atualmente, há falta de repelente para insetos e de anticoncepcionais, bem como de remédios para tratar as doenças associadas ao vírus.

Tampouco houve uma campanha de saúde pública adequada para informar as pessoas sobre a enfermidade e ninguém sabe ao certo quanto foram infectados no país.

O médico e legislador da oposição William Barrientos diz que o governo de Nicolás Maduro não está preparado para fazer frente à crise de saúde.

Segundo Barrientos, a escassez não é só de remédios, mas também de alimentos, em um quadro econômico caótico e de crise política que se aprofunda a cada dia.

"Não há uma campanha educativa e informativa para a população", afirmou Barrientos, que também criticou a inexistência do combate ao mosquito vetor da doença, o Aedes aegypti.

Em meados de fevereiro, a emissora estatal produziu e veiculou comerciais para informar a população sobre a zika e ensinar como se proteger, mas a difusão foi esporádica.

A falta de estatísticas oficiais sobre a evolução do vírus impede uma análise completa do problema, admitiram sociedades locais de médicos.

Os primeiros quatro casos de zika foram registrados no país em novembro.

Porém o infectologista Julio Castro, do Instituto de Medicina Tropical da estatal Universidade Central da Venezuela, disse que a partir de dados do Ministério da Saúde, como os quadros febris, é possível estimar que o vírus já tivesse contaminado pessoas no país entre agosto e setembro de 2015.

O Ministério da Saúde divulgou apenas dados parciais sobre a doença, o que gerou fortes críticas de médicos. Profissionais locais do setor de saúde estimam em cerca de 400 mil os casos sintomáticos da doença, enquanto autoridades registraram 5.221 casos suspeitos, dos quais foram confirmados 319, e três mortes associadas ao contágio.

Na vizinha Colômbia, por outro lado, foram reportados oficialmente mais de 30 mil casos de zika.

O vírus foi relacionado com o aumento nos casos de síndrome de Guillain-Barré, um transtorno pouco comum do sistema imunológico que ataca o sistema nervoso e causa paralisia temporária que, em alguns casos, pode ser fatal.

O governo venezuelano informou no fim de janeiro que houve 255 casos da síndrome, mas não atualizou os dados depois disso. A comunidade médica considerou o número muito alto e mostrou dúvidas sobre os registros oficiais da zika.

A escassez de medicamentos pode elevar a taxa de mortalidade da síndrome, que nos países desenvolvidos é de 5%. 

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