Mundo

Escalada de tensão no Oriente Médio cancela voos para Beirute

Companhias aéreas internacionais suspendem voos devido a riscos de segurança na região.

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 29 de julho de 2024 às 13h29.

Nos últimos dias, o Oriente Médio tem sido palco de uma crescente tensão entre Israel e o grupo armado Hezbollah, situação que atingiu um novo pico de preocupação internacional após um ataque mortal nas Colinas de Golã. A recente escalada de violência, que resultou na morte de 12 crianças e adolescentes, levou a uma série de cancelamentos e atrasos de voos para Beirute, capital do Líbano. Companhias aéreas internacionais, preocupadas com a segurança de seus passageiros e tripulações, decidiram suspender suas operações para a região em resposta aos riscos crescentes. As informações são das agências EFE e Reuters.

A situação no Líbano tornou-se ainda mais precária com as contínuas trocas de fogo entre Hezbollah e as forças militares israelenses desde o início da guerra em Gaza. O Aeroporto Internacional Rafic Hariri, em Beirute, é a única porta de entrada aérea do país e já foi alvo durante a guerra civil e em conflitos anteriores com Israel.

Companhias afetadas

A Air France anunciou a suspensão de seus voos entre Paris-Charles de Gaulle e Beirute nos dias 29 e 30 de julho de 2024. "A Air France está monitorando a situação no Líbano em tempo real", afirmou a empresa.

O grupo Lufthansa, incluindo suas subsidiárias Swiss e Eurowings, também decidiu suspender todos os voos de e para Beirute até 5 de agosto. Um porta-voz do grupo explicou que a decisão foi tomada devido aos desenvolvimentos recentes no Oriente Médio.

A Middle East Airlines (MEA), companhia aérea libanesa, informou que as interrupções em sua programação estão relacionadas a riscos de seguros. A MEA atrasou a partida de alguns voos previstos para aterrissar em Beirute durante a noite, com novos atrasos anunciados para voos programados para segunda-feira.

Além disso, a Turkish Airlines cancelou dois voos na noite de domingo, conforme mostrado no painel de informações de voos do Aeroporto Internacional de Beirute e no site de rastreamento de voos Flightradar24. Outras companhias aéreas, como SunExpress, AJet, Aegean Airlines, Ethiopian Air e MEA, também cancelaram voos programados para aterrissar em Beirute na segunda-feira (29).

Contexto

A recente escalada de tensão começou com um ataque de foguete nas Colinas de Golã, que gerou temores de um conflito em larga escala entre Israel e o Hezbollah, apoiado pelo Irã. O ataque foi o mais mortal em Israel ou em território anexado por Israel desde o ataque do Hamas em 7 de outubro, que desencadeou a guerra em Gaza, agora estendida para várias frentes.

Em resposta ao ataque nas Colinas de Golã, o gabinete de segurança de Israel autorizou o governo a retaliar. O Hezbollah negou responsabilidade pelo ataque. A situação já afetou voos e o transporte marítimo na região, inclusive durante ataques recíprocos de drones e mísseis entre Israel e Irã em abril.

O Aeroporto Internacional Rafic Hariri, em Beirute, é o único aeroporto do Líbano e já foi alvo durante a guerra civil do país e conflitos anteriores com Israel, incluindo a guerra de 2006 entre o Hezbollah e Israel.

Impacto

Os passageiros afetados pelos cancelamentos foram notificados por e-mail e mensagens telefônicas pelas respectivas companhias aéreas. A segurança dos passageiros e das tripulações continua sendo a prioridade absoluta das companhias aéreas, que seguem monitorando a situação geopolítica na região para ajustar suas operações conforme necessário.

À medida que a situação continua a se desenvolver, mais alterações nos voos podem ocorrer, e os viajantes são aconselhados a verificar o status de seus voos antes de se dirigirem ao aeroporto. A escalada do conflito ressalta a volatilidade da região e a necessidade de medidas rápidas e eficazes para garantir a segurança de todos os envolvidos.

Acompanhe tudo sobre:LíbanoIsraelAeroportosOriente MédioHezbollah

Mais de Mundo

Peru decreta emergência em três regiões afetadas por incêndios florestais

Putin reconhece que residentes das regiões fronteiriças estão enfrentando dificuldades

Rival de Maduro na Venezuela diz que assinou documento sob 'coação' e o considera nulo

Príncipe saudita descarta acordo com Israel sem reconhecimento do Estado palestino