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Erdogan não planeja antecipar eleições turcas após referendo

Votação aprovou alterações constitucionais que irão substituir o sistema parlamentar por uma Presidência e abolir o cargo de premiê

Tayyip Erdogan: especulação de que Erdogan poderia convocar uma eleição para que seus novos poderes entrem em vigor já foi desmentida (Osman Orsal/Reuters)

Tayyip Erdogan: especulação de que Erdogan poderia convocar uma eleição para que seus novos poderes entrem em vigor já foi desmentida (Osman Orsal/Reuters)

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Reuters

Publicado em 17 de abril de 2017 às 09h53.

Ancara - O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, deixou muito claro que não tem planos de dissolver o Parlamento e convocar uma eleição antecipada antes da votação de 2019, disse o vice-primeiro-ministro turco, Mehmet Simsek, em entrevista à Reuters nesta segunda-feira.

Um dia depois de os turcos aprovarem por uma pequena margem uma mudança na Constituição para dar novos e amplos poderes a Erdogan, Simsek disse que as relações com a União Europeia se darão em áreas de interesses em comum, acrescentando que parte do "ruído" entre Ancara e a Europa deve se atenuar depois do próximo ciclo eleitoral europeu.

Erdogan declarou vitória no referendo de domingo depois que resultados extraoficiais mostraram que 51,5 por cento dos eleitores apoiaram as alterações constitucionais que irão substituir o sistema parlamentar por uma Presidência e abolir o cargo de premiê.

O principal partido opositor disse que a votação foi afetada por irregularidades e que irá contestar o resultado.

Houve alguma especulação de que Erdogan poderia convocar uma eleição para que seus novos poderes entrem em vigor já, mas Simsek negou.

"Ontem o presidente deixou muito claro que eleições serão realizadas em novembro de 2019", afirmou Simsek à Reuters na capital Ancara. "Está muito claro. Temos trabalho a fazer".

Analistas disseram que agora o governo irá precisar se dedicar a harmonizar as leis e o sistema legal com a nova Presidência executiva, uma reforma que pode ocupar o resto do ano.

Simsek e outros integrantes do governista Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) disseram que a vitória no referendo irá permitir que o governo realize rapidamente reformas estruturais atraentes para os investidores --como as do mercado trabalhista e do sistema tributário--, mas estes têm se mostrado céticos, vendo a possibilidade de mais atrasos e impasses na implantação de políticas.

"Em termos econômicos isto é imenso... você tem cinco anos para executar seu programa", disse Simsek. "A estabilidade por si só é necessária, mas não suficiente. Tem que ser complementada com reformas".

A lira, que estava sendo negociada a 3,7220 dólares no fechamento de sexta-feira, subiu mais de 1 por cento e estava sendo negociada a 3,6680 nesta segunda-feira.

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