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Erdogan encontra Putin em novo passo na aproximação com a Rússia

Negócios entre os russos e a Turquia são questionados pelos EUA, que prometem consequências após compra de sistema anti-aéreo

ERDOGAN E PUTIN: os dois presidentes se encontraram em Ancara, capital turca, há cerca de um mês (Mikhail Klimentyev/Kremlin/Reuters)

ERDOGAN E PUTIN: os dois presidentes se encontraram em Ancara, capital turca, há cerca de um mês (Mikhail Klimentyev/Kremlin/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2019 às 06h33.

Última atualização em 8 de abril de 2019 às 09h24.

Em mais um encontro de aproximação entre a Rússia e a Turquia, nesta segunda-feira, 8, o presidente russo Vladimir Putin irá receber o chefe de estado turco Recep Erdogan na esfera do Conselho de Cooperação de Alto Nível entre as duas nações. Durante o encontro, os líderes devem discutir a guerra da Síria e, também, a as eleições em Israel, marcadas para esta terça-feira. Ontem, a Turquia afirmou que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi "irresponsável" ao prometer anexar a Cisjordânia caso vença as eleições.

Nos últimos meses, as relações bilaterais entre Rússia e Turquia têm crescido em escala exponencial, e a manutenção da parceria entre os dois países é o principal foco do encontro de hoje. Ainda na última quarta-feira, o presidente turco Recep Erdogan e seu par russo Vladimir Putin anunciaram uma parceria para a construção da primeira central de energia nuclear da Turquia, que deve ser entregue até 2023.

Orçada em 20 bilhões de dólares, a futura usina turca ─ composta por quatro unidades e com capacidade de produzir até 1200 megawatts ─ será construída pela Agência Estatal de Energia Nuclear Russa, a Rosatom. Como afirmou Erdogan em pronunciamento, a expectativa é que, quando estiver pronta, a central nuclear possa prover pelo menos 10% da energia consumida na Turquia, em mais um passo do presidente em busca da redução da dependência externa de energia elétrica.

Um outro tema que deve ser longamente discutido no encontro desta segunda-feira é a recente aquisição dos sistemas de defesa antiaérea russos pelo governo de Erdogan. Deixando de lado a proposta dos Estados Unidos, que também produzem os sistemas de mísseis antiaéreos, conhecidos como Patriot, Erdogan optou por comercializar com a Rússia, encolhendo os S-400.

“Na oferta dos sistemas Patriot os EUA não nos propuseram as mesmas condições vantajosas que a Rússia. Portanto, não estamos interessados em adquirir os Patriot neste momento. Em julho começarão as entregas dos S-400”, disse o presidente Turco.

Os Estados Unidos alegam que a compra dos sistemas S-400 são incompatíveis com as diretrizes da Otan, coalizão da qual a Turquia faz parte. Mesmo sob a ameaça de sanções, o governo turco manteve a compra. Como retaliação, na última segunda-feira Washington suspendeu a entrega dos caças F-35 que Erdogan havia encomendado aos EUA.

Putin e Erdogan chegaram a ficar quase um ano sem se falar, entre 2015 e 2016, quando um caça russo foi derrubado por forças turcas. Mas os interesses mútuos, e o tempo, reataram os laços. É uma vantagem de se manter no poder por longos períodos. Erdogan comanda Turquia há 15 anos, enquanto Putin dá as cartas na Rússia há duas décadas.

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