Men stand amid the rubble of damaged houses following an earthquake in Bermal district, in Paktika province on June 23, 2022. - Desperate rescuers battled against the clock and heavy rain on June 23 to reach cut-off areas in eastern Afghanistan after a powerful earthquake killed at least 1,000 people and left thousands more homeless. (Photo by Emmanuel PEUCHOT / AFP) (Photo by EMMANUEL PEUCHOT/AFP via Getty Images) (EMMANUEL PEUCHOT/Getty Images)
AFP
Publicado em 23 de junho de 2022 às 06h46.
As equipes de emergência tentavam nesta quinta-feira (23) socorrer as vítimas do terremoto que deixou pelo menos 1.000 mortos no sudeste do Afeganistão, em condições adversas pela falta de recursos, o terreno montanhoso e as fortes chuvas.
O terremoto de 5,9 graus de magnitude aconteceu na madrugada de quarta-feira em uma região rural pobre e de difícil acesso, perto da fronteira com o Paquistão.
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As consequências do terremoto são um desafio para o Talibã, que retomou o poder em agosto do ano passado, em um país que já enfrenta uma profunda crise econômica e humanitária.
Este foi o terremoto com o maior balanço de vítimas no Afeganistão em mais de duas décadas. Ao menos 1.000 pessoas morreram e 1.500 ficaram feridas apenas na província de Paktika, a mais afetada.
As autoridades temem um número de mortos ainda maior porque muitas pessoas continuam presas sob os escombros das casas.
"É muito difícil obter informações a partir da região devido à rede telefônica ruim", declarou à AFP Mohammad Amin Huzaifa, secretário de Informação e Cultura de Paktika.
Ele também explicou que o acesso é difícil porque a "região foi afetada durante a noite por inundações provocadas por fortes chuvas", que também provocaram deslizamentos de terra que atrasaram os trabalhos de resgate e afetaram as linhas telefônicas e de energia elétrica.
O governo talibã mobilizou o exército, apesar dos recursos financeiros muito limitados após o congelamento de ativos no exterior e da interrupção da ajuda internacional ocidental, que apoiou o país durante 20 anos.
O Afeganistão tem um número reduzido de helicópteros e aviões. A ONU, que anunciou que pelo menos 2.000 casas foram destruídas - cada uma com média de sete ou oito habitantes -, também apontou a falta de equipamentos para a retirada dos escombros.
Um vídeo da AFP mostra um grupo de homens retirando os escombros de uma casa com as mãos para encontrar um corpo.
O governo Talibã, não reconhecido, pediu ajuda à comunidade internacional e às organizações humanitárias.
Mas o cenário é difícil e as agências da ONU estão menos presentes que antes no país desde que os talibãs retornaram ao poder.
O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, garantiu que a ONU está "plenamente mobilizada" para ajudar o Afeganistão, com o envio de medicamentos e alimentos.
O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU destacou que a prioridade para a população é conseguir proteção das chuvas e das temperaturas baixas.
O Talibã anunciou nesta quinta-feira que recebeu dois aviões com ajuda do Irã e do Catar. Também chegaram a Paktika oito caminhões com alimentos e material de ajuda do vizinho Paquistão.
"Nosso país é pobre e tem poucos recursos. É uma crise humanitária. É como um tsunami", declarou à AFP Mohammad Yahya Wiar, diretor do hospital de Sharan, a capital de Paktika.
Dezenas de feridos para levados para o hospital, incluindo Bibi Hawa, uma mulher de 55 anos do distrito de Gayan que perdeu 15 parentes na tragédia.
"Morreram sete que estavam em um quarto, cinco em outro e três em outro", afirmou, sem conter as lágrimas. "Agora estou sozinha, não tenho ninguém".
O Afeganistão sofre com frequência terremotos, em particular na cordilheira de Hindu Kush, localizada na união das placas tectônicas eurasiática e indiana.
O terremoto mais letal da história recente do Afeganistão (5.000 mortos) aconteceu em maio de 1998 nas províncias de Takhar e Badakhshan.
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