Mundo

Equipe de Biden teme que China esteja perto de apoiar a Rússia

Pequim nega que tenha apoiado tacitamente a invasão e autoridades chinesas rejeitaram relatos dos EUA de que a Rússia pediu ajuda financeira e militar à China

Os presidentes dos EUA, Joe Biden (E), e da China, Xi Jinping (D). (AFP/AFP)

Os presidentes dos EUA, Joe Biden (E), e da China, Xi Jinping (D). (AFP/AFP)

B

Bloomberg

Publicado em 18 de março de 2022 às 15h46.

Por Peter Martin, Jenny Leonard, Alberto Nardelli e Jennifer Jacobs, da Bloomberg

A resposta silenciosa da China à invasão da Ucrânia pela Rússia cristalizou a visão dentro do governo do presidente americano Joe Biden de que Xi Jinping pode estar perto de apoiar Moscou, de acordo com várias pessoas familiarizadas com o assunto.

Mesmo com o governo chinês expressando publicamente algum apoio ao povo ucraniano e pedindo uma solução pacífica, altos funcionários americanos veem sinais de que a China está buscando maneiras de amenizar o golpe das sanções impostas à Rússia pelos EUA e seus aliados, segundo as pessoas.

Quer saber tudo sobre a política internacional? Assine a EXAME e fique por dentro.

As fontes, que pediram para não serem identificadas devido à sensibilidade do assunto, não forneceram detalhes sobre como a China poderia compensar as consequências econômicas das sanções. Também não quiseram a detalhar as origens das informações dos EUA sobre o governo da China e suas interações com o Kremlin. Algumas pessoas disseram que a China também está considerando fornecer à Rússia armas como drones armados.

Pequim nega que tenha apoiado tacitamente a invasão e autoridades chinesas rejeitaram relatos dos EUA de que a Rússia pediu ajuda financeira e militar à China logo após o início da guerra, rotulando-os de desinformação.

“Estamos preocupados que eles estejam considerando ajudar diretamente a Rússia com assistência militar para usar na Ucrânia”, disse quinta-feira o secretário de estado americano, Antony Blinken, antes de uma ligação de Biden com Xi na sexta-feira.

Em uma reunião de seis horas na segunda-feira em Roma, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, alertou o principal diplomata da China, Yang Jiechi, de sérias consequências caso Pequim apoie a Rússia por meio de seus bancos ou no campo de batalha.

“O fato de a China não ter denunciado o que a Rússia está fazendo por si só diz muito”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, em um briefing na quinta-feira.

Em resposta a pedido de comentário, um representante da embaixada chinesa em Washington referiu-se à declaração na terça-feira do porta-voz do ministério das relações exteriores chinês, Zhao Lijian, que acusou os EUA de “criar e divulgar informações falsas”.

Autoridades chinesas disseram que buscam promover uma solução diplomática para a crise. Na quinta-feira, o ministério das relações exteriores em Pequim endossou os comentários de seu embaixador na Ucrânia prometendo “nunca atacar” o país e elogiando a força e a unidade do povo ucraniano.

A embaixada russa não respondeu aos pedidos de comentários.

A verdadeira natureza do relacionamento da China com a Rússia à luz da guerra na Ucrânia foi abordada em uma avaliação de ameaças globais divulgada na quinta-feira pela Agência de Inteligência de Defesa do Pentágono.

O relatório diz que “a China está gerenciando de perto suas mensagens sobre o conflito, geralmente apoiando a caracterização da Rússia como um conflito causado pela expansão da OTAN liderada pelos EUA e pelo desrespeito aos interesses de segurança da Rússia”.

No entanto, o relatório também diz que “Pequim provavelmente está relutante em dar apoio total à Rússia para preservar suas próprias relações econômicas com a Europa e os EUA”.

Acompanhe tudo sobre:ChinaEstados Unidos (EUA)Governo BidenJoe BidenRússiaUcrâniaVladimir PutinXi Jinping

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'