Mundo

Equipe da AIEA visitará a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia

Diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica anunciou que estará na Ucrânia durante a semana e alertou para o "risco real de uma catástrofe nuclear"

Ucrânia: equipe da AIEA visitará a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia (AFP/AFP)

Ucrânia: equipe da AIEA visitará a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia (AFP/AFP)

A

AFP

Publicado em 29 de agosto de 2022 às 06h48.

O diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou nesta segunda-feira, 29, que está a caminho da central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, que foi alvo de ataques nas últimas semanas.

"Chegou o dia, a missão da AIEA está a caminho de Zaporizhzhia. Devemos proteger a segurança da Ucrânia e da maior central da Europa", escreveu Rafael Grossi, diretor da agência, no Twitter. Ele anunciou que a equipe chegará "no final desta semana".

Em uma foto que acompanha sua mensagem, o diretor da AIEA aparece ao lado de várias pessoas com capacetes e coletes com o emblema da agência da ONU.

Grossi solicitou por vários meses uma visita da AIEA à central e alertou para o "risco real de uma catástrofe nuclear".

LEIA TAMBÉM: Ucrânia alerta que novos bombardeios contra central nuclear provocam risco de vazamento radioativo

A central de Zaporizhzhia, onde ficam seis dos 15 reatores nucleares ucranianos, foi tomada em março pelas tropas russas, pouco depois do início da invasão em 24 de fevereiro, e fica perto da frente de batalha no sul do país.

Kiev e Moscou trocam acusações sobre bombardeios nas proximidades do complexo, que fica ao lado da cidade de Energodar e do rio Dnipro, e sobre riscos para a central.

A operadora ucraniana Energoatom advertiu no sábado para o risco de vazamento radioativo e incêndios em consequência dos ataques.

A ONU pediu o fim de todas as atividades militares na área próxima à central.

A Ucrânia inicialmente temia que uma visita da AIEA legitimasse a ocupação russa da usina, mas passou a apoiar a ideia da missão.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, passou a defender o envio o mais rápido possível de uma equipe da agência da ONU.

Entre quinta-feira e sexta-feira, a central e seus reatores de 1.000 megawatts cada foram "totalmente desconectados" da rede nacional de energia por danos provocados nas linhas elétricas, afirmou Kiev. Posteriormente foram reconectados e reiniciados.

O presidente russo, Vladimir Putin, aceitou que a equipe de inspetores viaje a Zaporizhzhia via Ucrânia, sem passar pela Rússia, informou a presidência da França em 20 de agosto, após uma conversa telefônica com o chefe de Estado francês Emmanuel Macron.

O G7, grupo dos países mais industrializados do mundo, pediu que os inspetores da AIEA tenham acesso livre à central de Zaporizhzhia.

Os funcionários da AIEA devem ter acesso a todas as instalações nucleares da Ucrânia de maneira segurança "e sem impedimentos", afirmou o grupo de diretores de não proliferação do G7 em um comunicado. Também devem poder entrar em contato "diretamente e sem interferência" com os funcionários ucranianos, acrescenta a nota.

Assine a EXAME e fique por dentro das principais notícias que afetam o seu bolso. Tudo por menos de R$ 0,37/dia.

Acompanhe tudo sobre:GuerrasRússiaUcrâniaUsinas nucleares

Mais de Mundo

Israel e Hezbollah estão a poucos dias de distância de um cessar-fogo, diz embaixador israelense

Exportações da China devem bater recorde antes de guerra comercial com EUA

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, é eleito presidente do Uruguai

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai