Equador: a fuga de 'Fito', que cumpria desde 2011 uma pena de 34 anos por crime organizado, narcotráfico e assassinato, desencadeou uma guerra entre os traficantes e o Estado (Fernando Machado/AFP/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 28 de março de 2024 às 08h52.
Uma rebelião de detentos aconteceu na quarta-feira, 27, à noite em uma penitenciária da cidade equatoriana de Guayaquil, da qual fugiu em janeiro o temido líder de uma das maiores organizações criminosas do país.
Tiros e incêndios foram registrados na Penitenciária Regional, de onde escapou Adolfo 'Fito' Macías, líder da organização Los Choneros, no início de janeiro.
A fuga de 'Fito', que cumpria desde 2011 uma pena de 34 anos por crime organizado, narcotráfico e assassinato, desencadeou uma guerra entre os traficantes e o Estado, que deixou dezenas de mortos no início do ano e levou o governo a militarizar as prisões e as ruas.
"Retomamos o controle do Centro de Reabilitação Social 4. Agradeço a coragem do bloco de segurança que, em uma operação profissional, urgente e de larga escala, mobilizada pelas forças de segurança, neutralizou a revolta antes de uma possível escalada", afirmou o presidente Daniel Noboa na rede X.
As autoridades não relataram mortos ou feridos, mas a plataforma cidadã SOScárceles, que promove os direitos humanos e a paz nas penitenciárias, divulgou a rede social X imagens de um prisioneiro aparentemente morto na rebelião.
As penitenciárias equatorianas são centros de operações e campos de batalha de vários grupos de narcotraficantes vinculados a cartéis internacionais. As rebeliões de detentos são frequentes, mas esta é a primeira que Noboa enfrenta desde que assumiu o poder, em novembro.
A rebelião aconteceu em um dos quatro centros de detenção que integram o grande complexo penitenciário de Guayaquil, cenário de massacres entre presidiários que deixaram mais de 460 mortos desde 2021 devido a confrontos entre grupos criminosos.
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram que os detentos queimaram colchões em protesto contra os maus-tratos que alegam sofrer por parte dos militares, responsáveis pelo controle interno dos presídios.
"Eles vão nos matar", afirma um detento. A pessoa que gravava uma das sequências divulgadas grita: "eles me bateram".