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Equador registra taxa de desmatamento mais alta da América Latina

País tem perda anual de entre 60 mil e 200 mil hectares de florestas nativas, que é fruto do corte ilegal

País tem o ecossistema tropical da Amazônia, onde se encontra o Parque Nacional Yasuní, considerado por cientistas como a área de maior biodiversidade (Wikimedia Commons)

País tem o ecossistema tropical da Amazônia, onde se encontra o Parque Nacional Yasuní, considerado por cientistas como a área de maior biodiversidade (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2011 às 06h44.

Quito - O Equador possui uma das taxas mais altas de desmatamento da América Latina, com uma perda anual de entre 60 mil e 200 mil hectares de florestas nativas, fruto do corte ilegal, da expansão de cultivos e da pressão de empresas petrolíferas e mineradoras, afirmam os especialistas.

O país conta com aproximadamente 9,6 milhões de hectares de florestas primárias, segundo o governo, e é um dos países da região com mais variedade de árvores, devido à ampla diversidade climática de seu território.

Os ecossistemas vão desde o páramo andino ao tropical da Amazônia, onde se encontra o Parque Nacional Yasuní, considerado por cientistas como a área de maior biodiversidade do mundo.

No entanto, não há dados precisos que apontem a que ritmo toda essa riqueza está sendo destruída.

Com base em dados obtidos via satélite pelo Centro de Levantamentos Integrados de Recursos Naturais por Sensores Remotos (Clirsen) em 2000, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) elaborou um relatório neste ano que estima a perda anual de florestas em quase 200 mil hectares.

Segundo a organização, o Equador sofre uma redução de 1,8% de suas florestas primárias ao ano, a taxa mais alta da América Latina, que registrou uma redução média de 0,4% anual, enquanto o índice mundial foi de 0,1%.

Por outro lado, o governo calcula uma perda muito menor do que a FAO, de cerca de 62 mil hectares ao ano.

"Temos um vazio de informações que certamente vai fazer com que esta taxa suba, talvez para 70 mil, mas não é como se pensava há dez anos", justificou à Agência Efe o gerente do programa "Socio Bosque", do Ministério do Meio Ambiente, Max Lascano.

Para Lascano, "a principal ameaça é a mudança do uso do solo", seguida pela "pecuária e as atividades extrativistas".

"Uma família de colonos chega à Amazônia, corta o que consegue de acordo com número de filhos que tem, substitui por pasto e no resto da floresta faz um desmatamento seletivo", indicou o diretor-executivo da ONG Nature and Culture International no Equador, Renzo Paladines.


Para ele, existem outras causas, como a mineração, que produz "contaminação das águas", a "falta de uma ordenação territorial" que permita tomar medidas contra o corte ilegal de árvores, assim como a expansão dos biocombustíveis.

"O preço do milho subiu de US$ 5 para US$ 15 por saco, isto provocou uma grande aceleração na devastação das regiões secas, como Manabí", relatou Paladines.

Natalia Bonilla, encarregada do programa de florestas da ONG Ação Ecológica, também apontou "as petrolíferas", e especialmente "a indústria madeireira" como causadoras da diminuição do volume florestal.

Em sua opinião, as empresas da madeira se beneficiam de um sistema de controle florestal "carregado de corrupção" e do uso de intermediários que contatam pequenos agricultores e compram os troncos em pequena escala.

Paladines explicou o suposto 'modus operandi' das companhias: "Uma empresa pede uma concessão e faz uma exploração mais ou menos sustentável, ou tenta fazê-lo, mas isto é uma parte mínima da grande maioria da exploração florestal, completamente informal e sem nenhum tipo de controle".

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