Equador: o presidente confirmou a morte da equipe de jornalistas do "El Comercio", sequestrados em março (Daniel Tapia/Reuters)
EFE
Publicado em 13 de abril de 2018 às 15h20.
Última atualização em 13 de abril de 2018 às 15h45.
Quito - O presidente do Equador, Lenín Moreno, confirmou nesta sexta-feira em Quito o assassinato dos três integrantes da equipe do jornal "El Comercio" sequestrada no dia 26 de março na província de Esmeraldas, na fronteira com a Colômbia.
"A mensagem de todos equatorianos é essa: com profundo pesar, lamento informar que foram passaram as 12 horas do prazo estabelecido, não recebemos provas de vida e infelizmente temos informações que confirmam o assassinato de nossos compatriotas", afirmou o presidente do Equador em entrevista coletiva.
Moreno ressaltou que, apesar dos esforços do governo, os criminosos nunca tiveram intenção de libertar os profissionais do jornal "El Comercio". "Só queriam ganhar tempo", afirmou.
O presidente anunciou, além disso, a retomada as operações na fronteira com a Colômbia e ofereceu uma recompensa para quem der informações sobre o líder do grupo de narcotraficantes que sequestrou e assassinou a equipe do jornal "El Comercio".
O líder do grupo, Walter Patricio Artízala Vernaza, foi colocado na lista de mais procurados do Equador. O governo também ofereceu uma recompensa de US$ 100 mil por informações que o levarem a sua prisão no país ou na Colômbia.
Além disso, Moreno anunciou uma série de medidas, entre elas declarar a região da fronteira com a Colômbia como área de segurança. Em paralelo, o presidente do Equador afirmou que entrou em contato com órgãos internacionais, como a Igreja Católica e a Cruz Vermelha, para localizar e recuperar os corpos.
"Estamos de luto, mas não vamos nos amedrontar. Hoje, mais do que nunca, peço ao país unidade pela paz", afirmou Moreno.
O jornalista Javier Ortega, de 36 anos, o fotógrafo Paúl Rivas, de 45, e o motorista Efráin Segarra, de 60, foram sequestrados na província de Esmeraldas, na fronteira com a Colômbia, quando realizavam uma reportagem sobre a crescente insegurança na região.
O sequestro e assassinato foram atribuídos ao grupo "Oliver Sinisterra", liderado por Vernaza, um guerrilheiro dissidente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).