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Equador não participará da Cúpula das Américas

Encontro será realizado Cartagena de Indias, na Colômbia, nos dias 14 e 15 de abril, apesar de que Cuba não foi convidada

Correa ressaltou que são cúpulas 'com frases clichês, lugares comuns, falatórios à democracia, a democracia formal' (Rodrigo Buendia/AFP)

Correa ressaltou que são cúpulas 'com frases clichês, lugares comuns, falatórios à democracia, a democracia formal' (Rodrigo Buendia/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2012 às 19h35.

Ancara - O presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou nesta quinta-feira que não participará da Cúpula das Américas, que será realizada em Cartajena de Índias, na Colômbia, nos dias 14 e 15 de abril, em protesto ao boicote dos Estados Unidos à participação de Cuba.

'Se teremos de analisar, se assistimos, seguimos assistindo, a esse tipo de cúpulas, onde não se tentam resolver os problemas fundamentais de nossa América, mas apenas fazer e dizer o politicamente correto, em função do 'establishment', a isso não vamos nos emprestar', afirmou em entrevista coletiva durante sua primeira visita oficial à Turquia.

Correa respondeu dessa forma a pergunta se assistirá à Cúpula das Américas que ocorrerá em Cartagena de Indias (Colômbia) nos dias 14 e 15 de abril, apesar de que Cuba não foi convidada.

'Qual é o problema? Que esta cúpula dos estados americanos não conta com Cuba, que é um estado americano. Falemos claro: por que Cuba não participa? Pelo bloqueio, o boicote dos Estados Unidos', afirmou o presidente no segundo dia de sua visita.

Correa ressaltou que são cúpulas 'com frases clichês, lugares comuns, falatórios à democracia, a democracia formal: votar a cada certo tempo, não a democracia real que envolve justiça, a liberdade de expressão se entende como liberdade das empresas (...), mas não são tratados os problemas fundamentais, ineludíveis, inadiáveis de nossa América'.

Entre os 'problemas inadiáveis' do continente citou o 'bloqueio a Cuba que já persiste há 50 anos e rompe todos os princípios do direito internacional e a inadmissível, inaceitável colonização por parte da Inglaterra das Ilhas Malvinas, à frente do litoral argentino, colonialismo em nosso século 21'.


O presidente equatoriano apontou que 'não somos inimigos de nenhum Governo: de fato, eu vivi durante quatro anos e tenho dois títulos universitários dos Estados Unidos, que é um país do qual gosto muito'.

No entanto, 'esta é uma questão de princípios: que a esta altura da história da humanidade, a este nível de integração Latino-Americana, aceitemos o bloqueio de um país por parte de outro, me parece escandaloso, por ao menos dizer', acrescentou em referência ao embargo dos EUA contra Cuba.

Correa ressaltou que 'sem a intenção de ofender os colegas americanos e menos ainda o presidente (da Colômbia Juan Manuel) Santos, ao que não queremos causar nenhum problema como anfitrião desta cúpula, temos medo de que nossos povos se cansem da presença de seus presidentes nessas cúpulas'.

'Em nossa região existem problemas muito importantes, como o embargo dos EUA a Cuba e a ocupação britânica das Ilhas Malvinas, mas eles nunca são debatidos nestas reuniões', afirmou Correa. 

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