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Equador e GB não conseguem resolver situação de Assange

Julian Assange completa, na próxima quarta-feira, um ano de confinamento na embaixada do país andino em Londres


	Fundador do Wikileaks Julian Assange: O Equador concedeu asilo político a Assange em 16 de agosto de 2012, quase dois meses depois de o australiano ter se refugiado na embaixada do país.
 (Leon Neal/AFP)

Fundador do Wikileaks Julian Assange: O Equador concedeu asilo político a Assange em 16 de agosto de 2012, quase dois meses depois de o australiano ter se refugiado na embaixada do país. (Leon Neal/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2013 às 16h17.

O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, e seu colega britânico, William Hague, não conseguiram obter avanços, nesta segunda-feira, no caso do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que completa, na próxima quarta-feira, um ano de confinamento na embaixada do país andino em Londres, e que ali estaria preparado para permanecer "por, pelo menos, cinco".

Os dois ministros concordaram apenas em criar uma comissão de juristas, composta por representantes de ambos os países, que se reunirão "nas próximas semanas ou meses" para encontrar uma saída para o "conflito jurídico", informou Patiño em uma coletiva de imprensa realizada após o encontro bilateral de 45 minutos.

"Já que desde o primeiro dia não encontramos uma resposta diferente do governo britânico, que tem a obrigação de cumprir a norma europeia de detenção e extradição, temos levantado várias alternativas mas, infelizmente, nenhuma delas foi aceita até agora", lamentou Patiño.

"Por essa razão, e para destravar o tema, sugerimos a conveniência de formar uma comissão de juristas de ambos os países", o que foi aceito pelo ministro britânico, acrescentou.

Apesar de Hague não ter participado da coletiva de imprensa, o Foreign Office confirmou em um comunicado que não houve "avanços", mas que os países concordam em "manter os canais de comunicação abertos".


O Equador concedeu asilo político a Assange em 16 de agosto de 2012, quase dois meses depois de o australiano ter se refugiado na embaixada do país para evitar sua extradição para a Suécia, país que o acusa por crimes sexuais, algo que ele nega.

O australiano teme que, caso seja mandado para a Suécia, este país o transfira para os Estados Unidos, onde poderia ser condenado à pena de morte ou à prisão perpétua por ter revelado documentos secretos militares e diplomáticos americanos através do WikiLeaks.

Apesar de sua condição de asilado, o Reino Unido vem se negando até agora a conceder um salvo-conduto que permitiria a Assange sair livremente do país, assegurando que ele será preso se puser os pés para fora da embaixada.

Patiño insistiu nesta segunda-feira que o governo continuará apostando em uma solução diplomática para a situação.

"Acreditamos que há condições, já que a legislação e as convenções internacionais permitem perfeitamente, sem violar nenhuma legislação, que o governo britânico conceda o salvo-conduto", afirmou o chanceler, que entregou a Hague um documento com seus argumentos.

Na véspera, o chefe da diplomacia equatoriana visitara Julian Assange, com quem ficou reunido até as 04h30 da madrugada local.

Patiño revelou que, embora Assange esteja "animado", também está "cético" sobre a chance uma solução rápida para a situação.


"Ele disse que tem força suficiente para permanecer por pelo menos cinco anos em nossa embaixada, caso não receba o salvo-conduto", porque acha isso melhor do que enfrentar o sistema judicial americano, disse Patiño, alegando que seria uma "injustiça absoluta".

O chanceler, que reiterou o compromisso do Equador em seguir protegendo seus direitos humanos, assegurou que o governo de seu país "não entregará" Assange ao Reino Unido nem a nenhum outro país.

Também afirmou que seu país "não vai atuar irregularmente para tirar" o ex-hacker da embaixada, vigiada dia e noite por agentes da polícia, que já custaram mais de três milhões de libras ao contribuinte britânico.

"Quando o senhor Assange deixar a embaixada do Equador, sairá pela porta grande. Não vai sair por trás, nem por baixo da terra, nem no capô de um veículo. Vai sair pela frente, para o nosso país e para a liberdade", disse o chanceler no último ato de sua visita a Londres.

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