Sob a vigilância de dezenas de policiais e militares do Equador, os prisioneiros com uniformes laranja tiveram que formar fila para cruzar para seu país, constatou a AFP. (AFP)
Agência de notícias
Publicado em 26 de julho de 2025 às 17h07.
Mais de 800 prisioneiros colombianos foram deportados para seu país através da passagem fronteiriça na província equatoriana de Carchi, informou neste sábado, 26, a autoridade local, após o protesto diplomático da Colômbia por considerar que a medida foi tomada sem acordo prévio.
O Ministério das Relações Exteriores colombiano apresentou na sexta-feira uma nota de protesto diplomático a Quito por considerar que a deportação foi realizada de "maneira unilateral" e "violando" o direito internacional.
"Mais de oitocentas PPLs (pessoas privadas de liberdade) foram deportadas", disse a governadora de Carchi, Diana Pozo, à imprensa na ponte fronteiriça de Rumichaca, nos arredores de Tulcán (capital da Carchi).
Sob a vigilância de dezenas de policiais e militares do Equador, os prisioneiros com uniformes laranja tiveram que formar fila para cruzar para seu país, constatou a AFP.
Na madrugada, alguns detidos que vestiam calções e camisetas fizeram exercícios físicos para combater o frio andino. "Queremos passar, queremos passar", gritavam enquanto aguardavam que as autoridades colombianas os recebessem.
Uma fonte do governo de Carchi, que pediu para não ser identificada, indicou à AFP que na sexta-feira começou a deportação de cerca de 870 prisioneiros colombianos, que representam quase 60% das pessoas dessa nacionalidade que estavam em prisões equatorianas.
"Realizamos um trabalho interinstitucional com a Migração da Colômbia e do Equador para que este processo de deportação seja ágil e que não haja um colapso na ponte", acrescentou a governadora Pozo.
No entanto, as autoridades colombianas garantem que não foram notificadas sobre as deportações.
"O problema que tivemos é que, por não termos sido informados, não tínhamos um plano de contingência" para recebê-los, afirmou o secretário de Governo do município colombiano de Ipiales, Juan Morales.
"Tivemos que elaborá-lo na última hora para poder apoiar e oferecer assistência humanitária", acrescentou.