Mais de 3 mil homens foram mobilizados para capturar Fito, que até o momento não foi encontrado (Redes Sociais/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 8 de janeiro de 2024 às 20h24.
Última atualização em 8 de janeiro de 2024 às 20h24.
O presidente do Equador, Daniel Noboa, anunciou nesta segunda-feira que decretou estado de exceção para todo o país, incluindo o sistema penitenciário, após a fuga do chefe da maior quadrilha criminosa do país de um presídio em Guayaquil, no sudoeste do Equador. A medida inclui toque de recolher das 23h às 5h por 60 dias e autoriza as Forças Armadas a apoiarem a polícia no patrulhamento das ruas.
"Acabo de assinar o decreto de estado de exceção para que as Forças Armadas tenham todo o apoio político e legal em seu agir", disse o mandatário em um vídeo publicado em sua conta no Instagram. "Não negociaremos com terroristas, nem descansaremos até devolver a paz aos equatorianos".
José Adolfo Macías Villamar, conhecido como Fito, é líder da principal facção criminosa do Equador, a Los Choneros, e teria fugido "horas antes" de uma operação de revista no domingo no presídio onde cumpria pena, indicou o secretário de Comunicação do governo, Roberto Izurieta, nesta segunda-feira. Ele é considerado o criminoso mais perigoso do país.
Mais de 3 mil homens foram mobilizados para capturar Fito, que até o momento não foi encontrado.
O mais provável, [é que] houve infiltrações e em questão de horas antes [da operação], disse o funcionário em entrevista ao canal Teleamazonas sobre o momento em que Adolfo Macías ‘desapareceu’.
No domingo, o comandante da Polícia, general César Zapata, admitiu que "pôde-se perceber a ausência de um dos detentos" com a entrada da força pública em uma penitenciária do porto de Guayaquil, onde Fito deveria estar.
O Ministério Público abriu uma investigação pela "suposta fuga" do líder de Los Choneros, a mais temida do Equador, que disputa as rotas do narcotráfico com outros grupos criminosos. Fito, que estava preso na Prisão Regional de Guayaquil, cumpria, desde 2011, uma pena de 34 anos por crime organizado, narcotráfico e homicídio.
O secretário de Comunicação do governo indicou que "a força do Estado está a postos para encontrar esse sujeito extremamente perigoso". Izurieta lamentou que "o nível de infiltrações" dos grupos criminosos no Estado "é muito grande" e tachou de "falido" o sistema penitenciário equatoriano.
Veículos de imprensa locais reportaram que, nesta segunda-feira, ocorreram incidentes em várias prisões do país, inclusive com retenção de agentes penitenciários. Na pequena prisão conhecida como El Inca, no norte de Quito, houve a entrada de um forte contingente policial, enquanto militares protegiam o lado de fora, constatou um jornalista da AFP.