Mundo

Equador declara estado de exceção em Quito e sete províncias por violência do tráfico

A medida entrou em vigor um dia antes do segundo turno presidencial entre o presidente Daniel Noboa e a líder da oposição de esquerda Luisa González

Daniel Noboa presidente do Equador, que busca a reeleição (Marcus Pin/AFP)

Daniel Noboa presidente do Equador, que busca a reeleição (Marcus Pin/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 12 de abril de 2025 às 15h11.

O Equador declarou estado de exceção neste sábado (12) em sete de suas 24 províncias, assim como em Quito e no sistema prisional, devido ao aumento da violência do tráfico de drogas.

A medida, válida por 60 dias, entrou em vigor um dia antes do segundo turno presidencial entre o presidente Daniel Noboa e a líder da oposição de esquerda Luisa González, depois que um assassinato foi registrado a cada hora em janeiro e fevereiro, o início de ano mais sangrento já registrado.

O estado de exceção aplica-se às províncias costeiras de Guayas, Los Ríos, Manabí, Santa Elena e El Oro, e às províncias amazônicas de Orellana e Sucumbíos, assim como à capital equatoriana, à cidade mineradora de Camilo Ponce Enríquez e às prisões do país.

Noboa impôs o estado de exceção em resposta ao "aumento da violência, da criminalidade e da intensidade de atos ilícitos cometidos por grupos armados organizados", de acordo com o decreto.

Ele suspendeu os direitos à inviolabilidade do domicílio e da correspondência, e a liberdade de reunião, e ordenou um toque de recolher noturno de sete horas em várias localidades de Guayas, Los Ríos, Orellana e Sucumbíos, assim como em Ponce Enríquez.

Noboa, no poder desde novembro de 2023, decretou estados de exceção permanentes para enfrentar a investida dos grupos do tráfico de drogas, que lutam ferozmente pelo controle do negócio, gerando terror na população.

A taxa de homicídios caiu de um recorde de 47 por 100.000 habitantes em 2023 para 38 em 2024, apesar de permanecer a mais alta da América Latina no ano passado, segundo o grupo especializado Insight Crime.

"O governo enfrenta um nível de violência de tal intensidade que ultrapassou os limites de contenção" das forças de segurança, afirma o decreto, segundo o qual 120 pessoas foram assassinadas entre 7 de março e 8 de abril.

O Equador restringiu, na sexta-feira, a entrada de estrangeiros por suas fronteiras terrestres com a Colômbia e o Peru, os maiores produtores de cocaína do mundo, para garantir a segurança do segundo turno presidencial. A medida será estendida até meia-noite de segunda-feira (02h00 de terça, no horário de Brasília).

Em 2024, o presidente declarou o Equador em conflito armado interno, o que lhe permitiu manter os militares nas ruas com ordens de neutralizar cerca de vinte quadrilhas de traficantes ligadas a cartéis internacionais, que ele chamou de "terroristas" e "beligerantes".

Acompanhe tudo sobre:EquadorAmérica LatinaEleiçõesTráfico de drogas

Mais de Mundo

Índia anuncia suspensão parcial de remessas postais aos EUA após mudança em tarifas

Ataques israelenses matam ao menos 61 palestinos em Gaza em 24 horas

Rússia reivindica tomada de duas localidades na região ucraniana de Donetsk

Trump prepara tarifas para importações de móveis; medida pode afetar o Brasil