Soldados patrulham centro de Quito, no Equador, nesta terça, 9 (Rodrigo Buendia/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 9 de janeiro de 2024 às 18h31.
Última atualização em 10 de janeiro de 2024 às 10h18.
O presidente do Equador, Daniel Noboa, assinou um decreto nesta terça-feira, 9, que declara que o país vive uma situação de "conflito armado interno" e ordena que as Forças Armadas combatam facções criminosas. A medida foi tomada em meio a uma onda de ataques de criminosos no país.
O decreto declarou 22 grupos criminais como terroristas e determina que os militares atuem para neutralizá-los, mas que as ações devem respeitar os direitos humanos.
Na segunda, 8, Noboa havia decretado Estado de Exceção, que inclui toque de recolher das 23h às 5h por 60 dias e autoriza as Forças Armadas a apoiarem a polícia no patrulhamento das ruas.
He firmado el decreto ejecutivo declarando Conflicto Armado Interno e identifiqué a los siguientes grupos del crimen organizado transnacional como organizaciones terroristas y actores no estatales beligerantes: Águilas, ÁguilasKiller, Ak47, Caballeros Oscuros, ChoneKiller,… pic.twitter.com/rVfSTFmHlG
— Daniel Noboa Azin (@DanielNoboaOk) January 9, 2024
As medidas foram tomadas em meio a fortes cenas de violência no país. Nesta terça, um grupo de homens armados e encapuzados invadiu a emissora de TV TC, em Guiaquil, e fez apresentadores e funcionários reféns. Todos foram libertados sem ferimentos, segundo a polícia local.
A onda de violência começou depois da fuga da prisão de José Adolfo Macías Villamar, conhecido como Fito e líder da principal facção criminosa do Equador, a Los Choneros, no domingo, 7.
Fito estava na Prisão Regional de Guayaquil e cumpria desde 2011 uma pena de 34 anos por crime organizado, narcotráfico e homicídio.
Os Los Choneros são uma organização criminosa equatoriana de Chone, na província de Manabí, e começaram suas atividades como matadores de aluguel. A partir da união entre duas gangues, Fatales e Las Águilas, seus membros ampliaram sua atuação e praticam extorsão, assassinatos, tráfico de drogas e outros crimes. Hoje, sua influência se estende às províncias de Los Ríos, Guayas e Esmeraldas.
No Equador, o grupo criminoso é conhecido como o primeiro a ter se associado a uma organização estrangeira: o perigoso cartel de Sinaloa, do México.
Fito assumiu o comando do Los Choneros após a morte do chefe anterior, José Luis Zambrano, conhecido como Raquiña, em 2020.
Com AFP.