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Equador confirma liberação de todos os reféns retidos em prisões

Em mensagem na rede X, o presidente parabenizou a força pública e seus ministros de Governo e da Defesa "por terem conseguido a libertação" dos funcionários prisionais

Policiais no Equador (Anadolu/Getty Images)

Policiais no Equador (Anadolu/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 14 de janeiro de 2024 às 12h10.

Todos os funcionários e agentes penitenciários que permaneciam como reféns de presos nas prisões do Equador foram libertados durante a noite de sábado para domingo, informou o órgão estatal encarregado das prisões (SNAI).
"Os protocolos de segurança e o trabalho conjunto com a Polícia Nacional e as Forças Armadas foram concluídos com sucesso com a libertação de todos (...) que se encontravam detidos nos diferentes Centros de Privação de Liberdade (CPL) do país", afirma o órgão em um comunicado.

O presidente equatoriano, Daniel Noboa, que na última semana enfrentou uma ofensiva de grupos de narcotraficantes, confirmou a libertação do pessoal detido em prisões em sete províncias do país que se estendem da fronteira com a Colômbia (norte) à com o Peru (sul).

"Fomos libertados. (...) Graças a Deus que todos saímos bem", afirmou um agente penitenciário, segurando uma bandeira do Equador e permanecendo à frente de um grupo de guardas liberados no centro de detenção da província andina de Cotopaxi (sul), conforme um vídeo divulgado nas redes sociais.

"Tudo bem, tudo bem, obrigado", diz um guarda penitenciário após sua libertação no sábado, conforme outro vídeo.

Em mensagem na rede X, o presidente parabenizou a força pública e seus ministros de Governo e da Defesa "por terem conseguido a libertação" dos funcionários prisionais.

Em um balanço anterior, o SNAI indicava que 133 guardas e três funcionários administrativos continuavam como reféns depois da libertação, no sábado, de 41 pessoas (24 guardas e 17 funcionários) em gestões que tiveram a colaboração da Igreja Católica. Outras pessoas já haviam sido liberadas.

Anteriormente, também ocorreram outras libertações. Na quinta-feira, a autoridade penitenciária contabilizava 178 reféns.

Cerca de 20 organizações espalham o terror e, das prisões, impõem seu poder violento. A ofensiva se dá em retaliação às políticas linha-dura do governo Noboa para enfrentar estes grupos, em um país que até há poucos anos era considerado tranquilo.

Mais de 1.000 detidos

A crise começou no último domingo, quando um dos mais temidos chefões do tráfico de drogas desapareceu de sua prisão no porto de Guayaquil (sudoeste), cujo sistema penitenciário é cenário de violentos massacres entre detentos, resultando em mais de 460 mortes desde 2021.

A fuga de Adolfo Macías, conhecido como "Fito", líder da principal facção criminosa do país chamada "Los Choneros", foi seguida por uma onda violenta: 19 mortos, motins nos presídios, funcionários e agentes penitenciários retidos por detentos, policiais sequestrados, dezenas de detentos fugitivos, ataques com explosivos e veículos incendiados.

O Serviço Nacional de Atendimento Integral a Pessoas Privadas de Liberdade (SNAI) afirmou que investigará as causas e os responsáveis pelos "acontecimentos" nas penitenciárias.

O SNAI também relatou no sábado a morte de um guarda por confrontos com detentos na província de El Oro (sudoeste, na fronteira com o Peru), elevando o número total de mortos para 19, incluindo civis, agentes penitenciários, policiais e detentos em uma semana.

As autoridades também registraram 1.105 detidos, oito "terroristas" abatidos, dois policiais mortos e 27 presos recapturados.

Centenas de soldados e policiais estão em busca de Fito, enquanto desde segunda-feira está em vigor um estado de exceção de 60 dias em todo o país, incluindo as prisões, e um toque de recolher de seis horas, a partir das 23h locais (1h pelo horário de Brasília).

O Exército da Colômbia suspeita de que Fito tenha cruzado a fronteira para o território colombiano, onde existem os maiores cultivos de coca do mundo.

"Vamos vencer"

Diante da recente onda de violência e da pressão das facções contra o Estado, Noboa assegurou que não cederá: "Acredito que vamos vencer e não deixarei de lutar até conseguir", disse na sexta-feira à BBC.

Os narcotraficantes usam as prisões como escritórios do crime, de onde gerenciam o tráfico de drogas, ordenam assassinatos, administram os lucros do crime e lutam até a morte com rivais pelo poder.

O Equador foi, por muitos anos, um país seguro contra o narcotráfico, mas tem-se transformado em um novo bastião do tráfico de drogas para Estados Unidos e Europa, com quadrilhas lutando pelo controle do território e unidas em sua guerra contra o Estado.

Nos últimos cinco anos, a taxa de homicídios por 100.000 habitantes aumentou de 6 para 46 em 2023, e a guerra interna se instala, assim como ocorreu na Colômbia no século passado, mas com um ingrediente adicional: as prisões fora de controle.

Noboa apresentou os projetos de duas prisões de segurança "supermáxima" com capacidade para mais de 3.000 pessoas, que seu governo construirá para isolar os detentos mais violentos. Ele também propôs a construção de navios prisionais.

Na terça-feira, a ofensiva do narcotráfico incluiu um ataque a um canal de televisão transmitido ao vivo, causando comoção e ganhando repercussão mundial.

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