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Equador avalia se Assange corre riscos para conceder asilo

O governo do país examina se o fundador do WikiLeaks corre risco de morte e se é perseguido por motivos ideológico

O presidente equatoriano considerou que o pedido de asilo de Assange é a melhor resposta à afirmação de que, no Equador, não há liberdade de expressão (Vanderlei Almeida/AFP)

O presidente equatoriano considerou que o pedido de asilo de Assange é a melhor resposta à afirmação de que, no Equador, não há liberdade de expressão (Vanderlei Almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2012 às 10h12.

Rio de Janeiro - O Equador está examinando a veracidade das denúncias do fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, sobre o fato de que corre perigo de morte, não teve um processo justo e que é perseguido por motivos ideológico para tomar uma decisão sobre seu pedido de asilo, afirmou à AFP o presidente Rafael Correa.

"O Equador é um país que defende o direito à vida. É preciso ver se há perigo de morte para Julian Assange. O Equador é um país que defende o processo justo. É preciso analisar se houve um processo justo. O Equador é um país que rejeita a perseguição por motivos ideológicos", afirmou Correa em uma entrevista no Rio na quarta-feira, à margem do início da cúpula da ONU Rio+20.

Consultado sobre de que depende a decisão de conceder asilo ao australiano, enfatizou que é preciso estabelecer "se as causas são verdadeiras".

Correa confirmou assim a declaração do chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, de que seu governo examina o pedido de asilo sob o foco da denúncia de Assange de que pode ser condenado à morte se for extraditado aos Estados Unidos, onde é investigado por espionagem.

A decisão sobre o pedido de asilo será adotada "soberanamente pelo governo equatoriano, mas isso não exclui que, primeiro, levaremos o tempo necessário para analisar o pedido, buscar informações pertinentes e fazer consultas, pedir opiniões que nos pareçam convenientes", afirmou ainda.

Assange está refugiado desde terça-feira na embaixada equatoriana em Londres, em uma tentativa de evitar sua extradição para a Suécia, onde é acusado por crimes sexuais.

O fundador de WikiLeaks assegura que as acusações contra ele têm motivação política e que a Suécia o deportará para os Estados Unidos, que querem julgá-lo pelas revelações de 250.000 telegramas diplomáticos americanos, o que o faz temer ser condenado à morte.


O presidente equatoriano considerou que o pedido de asilo de Assange é a melhor resposta à afirmação de que, no Equador, não há liberdade de expressão.

"É a melhor resposta a tanta propaganda prejudicial de que no Equador não há liberdade de expressão. É uma boa resposta ante tanta má fé", enfatizou o presidente que enfrenta os meios de comunicação de seu país e há alguns dias proibiu que seus ministros conceda entrevistas a eles, já que os considera meios mercantilistas que atacam o governo com mentiras.

A embaixada do Equador em Londres informou que Assange permanecerá no prédio sob proteção do governo até que seu pedido seja considerado.

Já o ministério das Relações Exteriores britânico limitou-se a dizer que estava em contato com as autoridades equatorianas.

Por outro lado, a polícia britânica anunciou que o fundador do WikiLeaks se expõe a uma detenção depois de ter violado os termos da liberdade condicional.

Uma porta-voz da Scotland Yard recordou que entre as condições estava a permanência em um endereço pré-determinado entre as 22H00 e as 8H00 locais.

"Às 22H20 de terça-feira, a polícia foi notificada que Assange havia violado uma das condições. Está exposto agora a uma detenção pelo descumprimento das condições", declarou a porta-voz.

"Os agentes conhecem sua localização na embaixada do Equador em Hans Crescent, Londres", completou.

"Ele está exposto agora a uma detenção pelo não cumprimento das condições", concluiu.

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