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Equador ameaça abandonar preservação na Amazônia e pede ajuda

Presidente Rafael Correa quer compromisso da comunidade internacional para a criação de um fundo destinado à criação de fontes alternativas de energia

Floresta Amazônica: Equador quer US$ 3,6 bi para preservação da reserva petrolífera (Wikimedia Commons)

Floresta Amazônica: Equador quer US$ 3,6 bi para preservação da reserva petrolífera (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2011 às 12h46.

Brasília - O governo do presidente do Equador, Rafael Correa, ameaça abandonar o projeto de preservação da sua reserva petrolífera na Amazônia, se a comunidade internacional não contribuir com um fundo destinado à criação de fontes alternativas de energia. Correa espera receber da comunidade internacional para a preservação do Parque Nacional Yasuní cerca de US$ 3,6 bilhões. O apelo foi feito também ao Brasil.

Ex-chanceler do Equador, a ministra do Patrimônio e coordenadora do projeto ITT-Yasuní, Maria Fernanda Espinosa, disse que aguarda uma sinalização do governo da presidenta Dilma Rousseff. "É fundamental que um país-irmão da importância do Brasil se some para continuar alimentando este fundo, que esperamos que funcione", afirmou ela.

Os recursos para a preservação da área são administrados pelo Programa da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e devem ter como ter como destino a transformação da matriz energética equatoriana e a preservação de bosques e comunidades indígenas ainda em situação de isolamento no Equador. Atualmente, a exploração petrolífera é a principal fonte de receitas do país.

O cálculo, de acordo com especialistas, é que a preservação do campo Yasuní – que abriga 20% das reservas petrolíferas do Equador – pode evitar a emissão de mais de 400 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono, principal responsável pelo aquecimento global.

"Se não conseguirmos reunir suficientes adesões e compromisso internacional temos um plano B que é a decisão de explorar esses recursos petrolíferos", afirmou a ministra do Patrimônio e coordenadora do projeto ITT-Yasuní, Maria Fernanda Espinosa.


Em seguida, a ministra ressaltou que está em jogo o futuro do Equador. “Somos um país com enormes necessidades de desenvolvimento e estamos oferecendo ao planeta esta oportunidade de exercer seu compromisso, sua corresponsabilidade com a mudança climática e com a biodiversidade."

A ministra equatoriana afirmou que, depois da conferência da ONU sobre o clima em Cancún, no México, o governo equatoriano tinha a expectativa de que o programa ITT-Yasuní pudesse avançar no acesso a recursos do mecanismo de preservação de florestas conhecido pela Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (cuja sigla é REDD).

A participação financeira da comunidade internacional, no entanto, está longe de suprir as expectativas e preocupa o governo equatoriano. Por enquanto, somente o Chile, a Espanha e a Itália colaboraram com o fundo de compensação, que reúne pouco mais de US$ 38 milhões.

"Há certa decepção, sem dúvida", afirmou a ministra. A meta acordada com o Pnud, órgão regulador do fundo, para este ano é arrecadar pelo menos US$ 100 milhões. Caso contrário, o projeto poderá ser inviabilizado.

O futuro do projeto ITT-Yasuní será um dos pontos do referendo que o presidente equatoriano pretende promover nos próximos meses. Na consulta, anunciada no sábado (8), Correa quer saber se a população está de acordo com o abandono do projeto de preservação caso a comunidade internacional não colabore com o fundo. O presidente equatoriano disse que avaliará o desenvolvimento do projeto em junho e poderá, antes do final do ano, decidir se seu governo o abandonará.

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