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Epidemia de ebola deixa mais de 1.500 mortos

Libéria é o país mais afetado, com um total de 1.378 casos registrados, e 694 mortos

Médico da OMS alimenta vítima de Ebola em instalação da OMS em Kailahun, Serra Leoa (Carl de Souza/AFP)

Médico da OMS alimenta vítima de Ebola em instalação da OMS em Kailahun, Serra Leoa (Carl de Souza/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2014 às 17h25.

Acra - O número de vítimas fatais pela epidemia de ebola que atinge a África ocidental superou os 1.500, informou nesta quinta-feira a OMS, enquanto os ministros da Saúde da região realizavam em Acra uma reunião urgente sobre esta doença.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até o dia 26 de agosto 1.552 pessoas morreram das 3.069 que contraíram o ebola em quatro países da África ocidental.

A Libéria foi o país mais afetado, com um total de 1.378 casos registrados, e 694 mortos. Na Guiné, onde a epidemia começou no início de 2014, foram registrados 648 casos, com 430 falecimentos. Em Serra Leoa o balanço é de 1.026 casos com 422 mortos e na Nigéria seis pessoas morreram dos 17 casos registrados.

A OMS adverte que a epidemia avança de forma acelerada e teme que o vírus afete a médio prazo até 20.000 pessoas, mas espera deter o avanço da doença nos próximos três meses.

Os casos desconhecidos

"O número de casos aumenta. Gostaria de não ter que dizer isso, mas as coisas vão piorar, antes de ocorrer uma melhora", declarou na noite de quarta-feira, em Monróvia, o diretor do centro americano de controle e prevenção de doenças (CDC), Tom Frieden, após uma missão de vários dias na Libéria.

"O mundo nunca viu uma epidemia de ebola como essa. Não apenas o balanço é elevado, também sabemos que há muitos mais casos que os diagnosticados ou reportados", afirmou.

O CDC fornece uma ajuda técnica aos serviços de saúde dos países africanos que enfrentam a epidemia.

As palavras de Frieden se somam às do coordenador da ONU contra o vírus, o médico David Nabarro, e às do diretor-adjunto da OMS, Keiji Fukuda. Ambos indicaram que serão necessários vários meses para deter a epidemia.

Para tentar frear o avanço do ebola, classificado de incontrolável pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), os ministros da Saúde da Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDEAO) voltam a se reunir na capital de Gana para debater sobre uma estratégia conjunta.

"Não temos outra escolha, é preciso somar recursos e esforços", declarou o presidente ganense John Dramani Mahama.

Na quarta-feira, a coordenadora de urgência da MSF em Serra Leoa, Anja Wolz, considerou "perigosamente inadequada" a "resposta internacional ao ebola", em um emocionante testemunho publicado nos Estados Unidos.

"A epidemia de ebola se tornou incontrolável há muitos meses, mas a comunidade sanitária demorou tempo demais para reagir", escreveu a enfermeira no New England Journal of Medicine.

A epidemia, declarada no começo do ano na Guiné, antes de se propagar para Libéria e Serra Leoa, e depois para a Nigéria, é a mais grave desde que a febre hemorrágica foi identificada em 1976 na República Democrática do Congo.

Países isolados

Libéria, Guiné e Serra Leoa estão cada vez mais isolados, já que as companhias aéreas suspenderam na quarta-feira seus voos a estes países.

A francesa Air France anunciou a suspensão provisória a partir desta quinta-feira de seus voos a Freetown, mas os manteve na Guiné e na Nigéria.

Além disso, por ocasião de uma reunião com o doutor Nabarro, o presidente nigeriano Goodluck Jonathan condenou a estigmatização que seu país sofre, e denunciou o fato de a equipe nigeriana ter sido obrigada a se retirar dos Jogos Olímpicos da Juventude na China após uma decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) que exclui países afetados pelo ebola dos esportes de combate e da natação.

Por sua vez, em Londres a companhia farmacêutica GlaxoSmithKline e a organização médica não governamental Wellcome Trust, entre outros organismos, anunciaram que os testes de uma nova vacina contra o ebola serão acelerados e que ela começará a ser administrada em setembro em voluntários saudáveis de Reino Unido, Gâmbia e Mali.

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