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Enviado de Trump pedirá a Maduro que repatrie 'criminosos sem condições'

Governo dos EUA diz que 'haverá consequências' em caso de negativa dos venezuelanos

Trump quer que Maduro aceite de volta criminosos venezuelanos nos EUA (AFP)

Trump quer que Maduro aceite de volta criminosos venezuelanos nos EUA (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 16h50.

Última atualização em 31 de janeiro de 2025 às 16h50.

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Os Estados Unidos anunciaram, nesta sexta-feira, 31, que um enviado especial de Donald Trump pedirá ao presidente Nicolás Maduro que repatrie "todos os criminosos e membros de gangues venezuelanos" sem condições. Caso contrário, "haverá consequências".

O enviado para missões especiais, Richard Grenell, viajou a Caracas para conversar com o mandatário.

"O presidente Trump espera que Nicolás Maduro recupere todos os criminosos e membros de gangues venezuelanos que foram exportados para os Estados Unidos e que o faça de maneira inequívoca e sem condições", declarou o enviado especial dos EUA para a América Latina, Mauricio Claver-Carone, em uma coletiva de imprensa.

Grenell também insistirá que "os reféns americanos que estão retidos na Venezuela (...) devem ser libertados imediatamente", acrescentou.

"Do contrário, haverá consequências", advertiu, porque "isso não é uma negociação em troca de algo".

Trump endurece medidas contra imigração ilegal

Assim que retornou à Casa Branca para um segundo mandato, em 20 de janeiro, Trump assinou um decreto que declara os cartéis mexicanos e a gangue venezuelana Tren de Aragua como "organizações terroristas".

Mas o republicano não considera criminosos apenas os membros desse grupo, que surgiu em uma prisão na Venezuela e se espalhou por vários países. Ele também classifica como criminosos todos os migrantes que entraram ilegalmente nos Estados Unidos e quer expulsar o maior número possível deles.

Trump, no entanto, encontra resistência de países como Venezuela, Nicarágua e Cuba, que relutam em aceitá-los de volta. Além disso, houve uma crise com outros países que costumam recebê-los, como a Colômbia, devido às deportações realizadas em aviões militares e, às vezes, com os deportados algemados.

Pressão sobre Maduro e apoio à oposição

"A Venezuela tem que aceitá-los, é sua responsabilidade", enfatizou Claver-Carone.

A administração republicana está aplicando medidas rigorosas contra a imigração ilegal: lançou operações para capturar imigrantes em várias cidades e revogou as vias legais estabelecidas por seu antecessor democrata, Joe Biden, que permitiam a entrada legal e a solicitação de asilo.

Entre essas medidas, revogou nesta semana um programa de proteção migratória conhecido como TPS, que evitava a deportação de mais de 600 mil venezuelanos dos Estados Unidos.

Claver-Carone não especificou quando ocorrerá o encontro entre Grenell e Maduro, mas garantiu que a visita "não muda as prioridades do presidente republicano com relação à Venezuela".

O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, defende "a restauração da democracia na Venezuela" e formalizou o apoio da nova administração ao líder opositor venezuelano Edmundo González Urrutia. Este denuncia a reeleição de Maduro como uma fraude e reivindica a vitória nas urnas.

No mesmo dia de sua posse, Trump, que considera González Urrutia o "presidente eleito" da Venezuela, deixou claro que os Estados Unidos não estão interessados no petróleo venezuelano e que "provavelmente" deixarão de comprá-lo.

Vários congressistas republicanos pedem que Washington cancele as licenças individuais que permitem a algumas petrolíferas operar na Venezuela, como a americana Chevron, a espanhola Repsol e a francesa Maurel & Prom.

Histórico de sanções contra a Venezuela

Durante seu primeiro mandato, de 2017 a 2021, Trump considerou fraudulenta a reeleição de Maduro e impôs à Venezuela uma série de sanções econômicas, incluindo um embargo ao petróleo e ao gás, como forma de pressão para tentar provocar sua queda. Em vão.

"Era um grande país há 20 anos e agora é um desastre", declarou Trump no dia da posse.

A crise na Venezuela será um dos temas que Marco Rubio abordará a partir deste sábado em uma viagem por Panamá, Costa Rica, El Salvador, Guatemala e República Dominicana.

Claver-Carone afirmou que esses cinco países são "aliados" na condenação das "eleições roubadas na Venezuela por Nicolás Maduro" no último mês de julho.

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