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Enviado americano viaja a Israel para tentar acalmar tensão

Tensão foi provocada pela implementação de novas medidas de segurança na Esplanada das Mesquitas

Tensão: confrontos entre manifestantes e as forças de segurança de Israel deixaram cinco mortos e dezenas de feridos (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

Tensão: confrontos entre manifestantes e as forças de segurança de Israel deixaram cinco mortos e dezenas de feridos (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

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AFP

Publicado em 24 de julho de 2017 às 11h35.

O enviado para o Oriente Médio do presidente americano, Donald Trump, era aguardado em Israel nesta segunda-feira (24), para tentar aliviar a tensão provocada pela implementação de novas medidas de segurança na Esplanada das Mesquitas.

A visita de Jason Greenblatt acontece depois de mais de uma semana de tensões causadas pela implementação por parte de Israel de detectores de metais nas entradas da Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental ocupada.

Israel adotou essas medidas após o ataque de 14 de julho, em que dois policiais israelenses foram mortos perto da Esplanada.

Desde então, confrontos diários entre manifestantes e as forças de segurança de Israel deixaram cinco mortos e dezenas de feridos entre os palestinos em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupados.

Na Cisjordânia, na sexta-feira à noite, um palestino matou três israelenses a facadas, na casa das vítimas, em um assentamento israelense.

No domingo à noite em Amã, um jordaniano atacou com uma chave de fenda um guarda de segurança israelense nas instalações da embaixada de Israel, provocando especulações sobre uma possível ligação com a violência em Jerusalém.

O guarda de segurança reagiu, matando o agressor. Outro jordaniano também foi morto acidentalmente, segundo o Ministério das Relações Exteriores de Israel.

"Tentar reduzir as tensões"

Além disso, na madrugada desta segunda-feira, um tanque israelense atacou posições do braço militar do Hamas na Faixa de Gaza, após o disparo de um foguete contra Israel lançado do enclave palestino.

Temendo que a situação saia do controle, Jason Greenblatt "partiu para Israel ontem à noite para apoiar os esforços para reduzir as tensões na região", declarou uma autoridade americana, que pediu para não ser identificada.

O Conselho de Segurança da ONU deve se reunir nesta segunda-feira em caráter de urgência e às portas fechadas para discutir a violência, a pedido de França, Suécia e Egito.

O órgão deve examinar "maneiras para apoiar uma desescalada", indicou no sábado (22) o embaixador sueco na ONU, Carl Skau.

As autoridades israelenses declararam no domingo que estavam abertas a uma mudança no esquema de segurança estabelecido na Esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado do Islã, na Cidade Velha.

Nesse sentido, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que "funcionários da segurança (...) recomendaram medidas. Vamos decidir em conformidade com elas".

As entradas da Esplanada são controladas por Israel, que o chama de Monte do Templo, o local mais sagrado do judaísmo, mas que é administrado pela Jordânia. Os muçulmanos podem visitar o local a qualquer momento, enquanto os judeus podem entrar apenas em determinadas horas e não têm o direito de orar.

"Brincar com fogo"

As autoridades israelenses garantem que não têm a intenção de alterar essas regras tácitas.

No domingo, o chefe da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit, acusou Israel de "brincar com fogo" ao impor as novas medidas de segurança, enquanto o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, chamou tal atitude de insulto ao mundo muçulmano.

A violência se intensificou na sexta-feira após as orações muçulmanas, durante as quais milhares de devotos costumam visitar a Esplanada das Mesquitas.

Os confrontos entre manifestantes palestinos e as forças de segurança israelenses na Cidade Velha e na Cisjordânia ocupada deixaram, naquele dia, três palestinos mortos e dezenas de feridos.

Outros dois palestinos morreram durante enfrentamentos sábado na Cisjordânia. Um deles foi vítima do próprio coquetel molotov que se preparava para lançar contra as forças da ordem israelenses.

Esses novos episódios fazem temer uma retomada da onda de violência que abala Israel e os territórios palestinos desde outubro de 2015. De acordo com uma contagem da AFP, já morreram 289 palestinos, 47 israelenses, dois americanos, dois jordanianos, um eritreu, um sudanês e uma britânica.

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