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Enviada da ONU aborda situação de crianças em visita à Síria

Leila Zerrougui chegou ao país no dia seguinte a bombardeios de extrema violência que deixaram 29 mortos, incluindo seis crianças, no nordeste do país

Vista de prédios danificados em uma rua deserta na área sitiada da cidade de Homs, na Síria (Yazan Homsy/Reuters)

Vista de prédios danificados em uma rua deserta na área sitiada da cidade de Homs, na Síria (Yazan Homsy/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2013 às 23h16.

A representante especial da ONU para Crianças e Conflitos Armados, Leila Zerrougui, chegou nesta segunda-feira à Síria, no dia seguinte a bombardeios de extrema violência que deixaram 29 mortos, incluindo seis crianças, no nordeste do país.

Leila Zerrougui deve passar três dias na Síria, onde mais de 100.000 pessoas morreram desde o início de uma revolta popular, em março de 2011, que se transformou em uma insurreição armada frente à repressão do regime de Bashar al-Assad.

Zerrougui deve se reunir com membros do governo, representantes das Nações Unidas e ONGs, como parte de uma viagem que a levará a Jordânia, Iraque, Turquia e Líbano, para avaliar a situação das crianças sírias afetadas pelo conflito.

Os combates e os bombardeios custaram a vida de entre 10.000 e 15.000 crianças desde o início da onda de violência, segundo um membro da Rede da Esperança, uma ONG especializada no cuidado às crianças necessitadas.

Em junho, o agência de Zerrougui anunciou ter recebido "relatórios verificados sobre o fato de crianças sírias terem morrido ou ficado feridas em bombardeios cegos, terem sido alvo de franco-atiradores ou usadas como escudos humanos".

O informe denunciava também o fato de grupos armados terem recorrido a crianças de 10 anos como combatentes ou para carregar pesos, e indicava que o regime de Damasco era culpado de abusos sexuais contra jovens para obter informações e confissões forçadas.


Bombardeios violentos

No domingo ao final do dia, seis crianças morreram em novos bombardeios de extrema violência na província de Idleb (noroeste), que deixaram pelo menos 29 mortos, informou nesta segunda-feira o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Nesta região mantida, em grande parte, em poder dos rebeldes, a aldeia de Maghara foi a mais afetada, com 13 pessoas mortas, segundo o OSDH, que se baseia em uma ampla rede de militantes, médicos e militares em todo o país.

Os bombardeios foram registrados logo antes do iftar, que marca a pausa no jejum durante o Ramadã.

Alguns vídeos do ataque a Maghara, postados na internet por militantes, mostram imagens de destruição e muitos mortos. Um militante denuncia "um massacre", enquanto moradores tentam resgatar parentes dos escombros.

Em Damasco, três civis e 15 rebeldes morreram no domingo em uma ofensiva do Exército em Qaboun, bairro do leste da capital, onde centenas de famílias estavam bloqueadas pela operação militar, segundo o OSDH.

"O Exército ressaltou que as operações em Qaboun abrem caminho para a limpeza do bairro de homens armados que perderam suas posições", indica o jornal sírio Al-Watan, ligado ao regime, referindo-se aos rebeldes.

Em um comunicado, a Coalizão opositora síria pediu que a ONU e a Liga Árabe ajam para permitir "a abertura de corredores humanitários para evacuar mulheres, crianças e feridos de Qaboun".

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