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Entenda como será o leilão de Belo Monte

Dois consórcios estão na disputa pela construção da terceira maior usina hidrelétrica em capacidade instalada no mundo

Rio Xingu no Mato Grosso. Usina será construída na altura do município de Altamira, no Pará.  (.)

Rio Xingu no Mato Grosso. Usina será construída na altura do município de Altamira, no Pará. (.)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

São Paulo - Com a cassação da liminar que suspendeu nesta segunda (19) o leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve definir ainda hoje qual será o grupo vencedor.

Dois consórcios disputam o leilão para construir a hidrelétrica. O favorito é  encabeçado pelo grupo Andrade Gutierrez e tem a participação de autoprodutoras como Vale e Companhia Brasileira do Alumínio, ligada à Votorantim. Caso este grupo ganhe, 20% da produção da usina será destinada para o consumo destas indústrias. Furnas e Eletrosul também fazem parte do consórcio.

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e a construtora Queiroz Galvão lideram o outro grupo."Por aderir ao leilão antes, o consórcio da Andrade Gutierrez teve mais tempo para analisar as estratégias", afirma  Silvio Areco, ex-diretor da Cesp e consultor da área de energia da Andrade & Canellas. 

De acordo com as regras do leilão, ganhará a licitação a empresa que oferecer a menor tarifa. O teto máximo, fixado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) é de 83 reais por MWh (megawatt/hora). O valor, definido hoje no leilão, será repassado para as distribuidoras de energia quando a hidrelétrica entrar em operação.  "Este preço será fixo. Ao longo dos 30 anos de contrato, ele será atualizado pelo  Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)", explica Areco.

Para definir os lances, os consórcios, segundo o consultor, levarão em conta o custo do processo e o valor da receita gerada pelo empreendimento. "O jogo é sempre este: um balanço entre os riscos e benefícios", afirma. Caso a diferença entre os preços propostos seja igual ou menor a 5%, haverá uma segunda rodada de ofertas.  

    <hr>                                   <p class="pagina">Até o início de abril, dois grandes consórcios estavam na disputa pela  construção desta que será uma das maiores obras do Programa de  Aceleração do Crescimento. No entanto, o grupo liderado por<a href="http://portalexame.com/meio-ambiente-e-energia/noticias/camargo-odebrecht-nao-fazem-parceria-eletronorte-547083.html"><strong> Camargo  Corrêa e Odebrecht </strong></a>desistiu do leilão por não concordar com o teto da tarifa de energia proposto pelo governo. As companhias alegaram que o valor era muito baixo. <br><br> Para evitar o fiasco da disputa e, assim, atrair a participação da  iniciativa privada, o governo lançou uma série de medidas na semana  passada. Entre elas está o <a href="http://portalexame.com/economia/noticias/governo-aprova-desconto-75-ir-belo-monte-549819.html"><strong>desconto</strong></a> de 75% no imposto de renda da usina  nos primeiro dez anos de operação. O governo também <a href="http://portalexame.com/meio-ambiente-e-energia/noticias/bndes-amplia-prazo-financiamento-usina-belo-monte-550236.html"><strong>ampliou </strong></a>de 25 para  30 anos  o prazo para o financiamento pelo BNDES. O banco pode entrar com aporte  de até 80% da obra.<br><br> A expectativa é de que a Eletronorte, subsidiária da Eletrobrás, entre  no consórcio vencedor após o leilão. Outras empresas também poderão se  tornar sócias no futuro.</p>

Veja quais as expectativas do diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, com relação ao leilão e confira os números da hidrelétrica. A cobertura completa está no tópico Belo Monte.

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