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Enfraquecida, Merkel oferece vaga para arquirrival

Chanceler deve promover seu mais proeminente crítico do seu partido conservador, em um sinal de que está atenta aos pedidos por renovação

Angela Merkel: dar a Spahn a vaga de ministro da Saúde é uma indicação de que ela pretende amenizar as críticas que pediram por sangue fresco e uma nova direção (Stefanie Loos/Reuters)

Angela Merkel: dar a Spahn a vaga de ministro da Saúde é uma indicação de que ela pretende amenizar as críticas que pediram por sangue fresco e uma nova direção (Stefanie Loos/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de fevereiro de 2018 às 16h48.

Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel, disse neste domingo que deve promover seu mais proeminente crítico do seu partido conservador, Jens Spahn, para um gabinete de coalizão, em um sinal de que está atenta aos pedidos por renovação.

Embora ela tenha feito um acordo com líderes dos Sociais Democratas (SPD) por uma nova "grande coalizão", Merkel precisa da benção dos dois partidos para assegurar um quarto mandato. A aprovação de membros do SPD ainda está longe de ser uma garantia.

Ela anunciou sua escolha de seis ministros do seu partido Democrata Cristão (CDU) antes de os grupos votarem o acordo, na segunda-feira.

Ela disse que havia reunido uma equipe jovem e dinâmica.

"Era minha tarefa apresentar um quadro de pessoas orientadas pelo futuro e que ofereçam uma boa mistura de experiência e novos rostos", disse Merkel, destacando que ela é a única pessoa acima dos 60 anos. "Isso não é fácil."

Dar a Spahn a vaga de ministro da Saúde é uma indicação de que ela pretende amenizar as críticas que pediram por sangue fresco e uma nova direção.

Spahn é um campeão da corrente de direita do partido, que tem atacado com unhas e dentes a política de portas abertas à imigração.

O político de 37 anos era vice-ministro das Finanças desde 2015 e, antes disso, era uma especialista em saúde no partido. Ele não esconde de ninguém suas ambições de chegar ao topo.

Ela disse que acredita que Spahn estava interessado em trabalhar com ela para fazer o que tem que ser feito e disse que não via problemas com o fato de ele, como outros, ter expressado críticas anteriormente.

No entanto, a decisão é um sinal do quanto a posição de Merkel enfraqueceu desde a votação pobre dos conservadores nas eleições nacionais de setembro. Analistas também disseram que esta é uma perspicaz manobra de estender a mão para assegurar o apoio de um dos seus mais públicos críticos.

 

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