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Enfermeira de NY está entre as primeiras pessoas vacinadas nos EUA

Profissional que trabalha em centro de emergência dedicado à covid-19 recebeu a vacina desenvolvida pela Pfizer com a BioNTec, aprovada neste fim de semana

Sandra Lindsay, enfermeira em Long Island, na cidade de Nova York, foi uma das primeiras vacinadas nos EUA: vacinação no país começou nesta segunda-feira com vacinas da Pfizer/BioNTech (Mark Lennihan/Pool via REUTERS/Reuters)

Sandra Lindsay, enfermeira em Long Island, na cidade de Nova York, foi uma das primeiras vacinadas nos EUA: vacinação no país começou nesta segunda-feira com vacinas da Pfizer/BioNTech (Mark Lennihan/Pool via REUTERS/Reuters)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 14 de dezembro de 2020 às 11h49.

Última atualização em 14 de dezembro de 2020 às 18h11.

A enfermeira americana Sandra Lindsay esteve entre os primeiros cidadãos vacinados contra o coronavírus nos Estados Unidos na manhã desta segunda-feira, 14. Os profissionais de saúde estão entre os grupos prioritários no plano de vacinação americano.

A vacina aplicada na enfermeira foi a desenvolvida pela americana Pfizer com a alemã BioNTec e aprovada na última sexta-feira pela FDA, a "Anvisa americana". A vacina foi aprovada primeiramente no Reino Unido há duas semanas, o primeiro país a autorizar o imunizante.

Lindsay trabalha na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) dos Centro Médico Judaico de Long Island, na cidade de Nova York, atendendo pacientes com covid-19.

Após tomar a vacina, ela disse que espera que sua vacinação pública encoraje outras pessoas a se vacinar. "Eu vi a alternativa, e não quero isso para você", disse, sobre os pacientes com covid que trata na UTI. "Eu sinto que a cicatrização está vindo. Eu espero que isso marque o começo do fim de um tempo muito doloroso em nossa história."

"O que você faz todos os dias é o que faz um herói", disse à enfermeira o governador de Nova York, Andrew Cuomo, durante a vacinação, que foi transmitida ao vivo pela internet.

Cuomo disse, durante seu pronunciamento, que Lindsay talvez seja "a primeira pessoa dos EUA" a ser vacinada, mas a informação não foi confirmada pelas autoridades de saúde dos EUA. As doses chegaram nesta segunda-feira a centenas de pontos de vacinação em diversos estados americanos.

As vacinas começaram a ser distribuídas no fim de semana, a partir dos centros de distribuição da Pfizer nos estados de Michigan e Wisconsin.

A projeção do governo americano é ter 100 milhões de pessoas imunizadas até abril do ano que vem, incluindo com outras vacinas, e há uma expectativa de que 40 milhões de doses sejam distribuídas até o fim deste ano.

No Twitter, o presidente americano, Donald Trump, também comemorou a aplicação das primeiras vacinas. "Primeira vacina aplicada. Parabéns EUA! Parabéns MUNDO!", escreveu. Nas últimas semanas, Trump tem se queixado do que chamou de demora na aprovação da vacina, afirmando que ela teria sido aprovada após a eleição presidencial propositalmente -- o presidente perdeu a eleição para o rival democrata Joe Biden.

Depois da Pfizer, a próxima candidata provável é a vacina da americana Moderna, que pode ser aprovada já nesta semana. A vacina é outra que, como Pfizer/BioNTech, usa RNA mensageiro, uma tecnologia até então inédita na vacinação.

O plano de imunização que começa hoje nos EUA será dos mais desafiadores da história também na logística. A distribuição será dividida entre correio público e FedEx e, em solo, os caminhões que levarão os containers têm até escolta e rastreadores.

As vacinas com RNA precisam ser mantidas a temperaturas negativas extremamente baixas -- a da Pfizer, a 70 graus negativos --, e são transportadas em containers especiais com gelo seco. Essas condições estão entre os empecilhos para o acesso dos países mais pobres aos imunizantes com RNA.

Vacina da Pfizer no Brasil

O Brasil negocia com a Pfizer uma potencial compra da vacina. Por ora, um acordo não foi fechado. Na semana passada, o governo federal enviou ao Supremo Tribunal Federal um novo plano nacional de imunização, onde cita que está em negociação com a Pfizer para a compra de 70 milhões de doses.

Sem dar como certa a compra da chinesa Coronavac, o plano do governo federal aponta que o Brasil espera ter quase 300 milhões de doses em 2021, entre AstraZeneca/Oxford e aliança Covax da ONU (que não inclui a Pfizer). 

As vacinas integrantes da Covax e a vacina de AstraZeneca/Oxford ainda não concluíram os testes e não foram submetidas à aprovação por agências internacionais. Ainda não se sabe quais vacinas da Covax serão aprovadas internacionalmente e poderão ser usadas pelo Brasil.

Na tarde de domingo, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, também deu ao governo federal 48 horas para informar a previsão de início e término das fases da vacinação, uma vez que o plano apresentado não traz as datas. O projeto para a vacinação dos brasileiros deve ser pauta de discussão com os demais ministros do STF nesta semana. 

 

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