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Encontro emotivo entre famílias divididas pela guerra

82 idosos sul-coreanos participaram de um emocionante encontro com os parentes norte-coreanos 60 anos depois da separação provocada pela Guerra da Coreia

Ônibus que levaram grupo de sul-coreanos para se reencontrar com parentes norte-coreanos: 82 sul-coreanos se reuniram com 180 familiares norte-coreanos (Ed Jones/AFP)

Ônibus que levaram grupo de sul-coreanos para se reencontrar com parentes norte-coreanos: 82 sul-coreanos se reuniram com 180 familiares norte-coreanos (Ed Jones/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2014 às 11h13.

Sokcho - Oitenta e dois idosos sul-coreanos, alguns com problemas graves de saúde, participaram nesta quinta-feira de um emocionante encontro com familiares norte-coreanos no monte Kumgang, Coreia do Norte, 60 anos depois da separação provocada pela Guerra da Coreia (1950-1953).

O primeiro encontro desde 2010 de famílias coreanas separadas pela guerra começou com uma grande cerimônia, em uma sala espaçosa situada no monte Kumgang, indicou o ministério sul-coreano da Unificação.

Dez ônibus escoltados por veículos da polícia saíram do porto sul-coreano de Sokcho poucas horas antes em direção ao monte Kumgang, em território norte-coreano.

Alguns participantes têm problemas graves de saúde. Mais de 10 deles se deslocam em cadeiras de rodas e duas idosas viajaram de ambulância.

Dois pescadores sul-coreanos sequestrados pela Coreia do Norte em 1970 também participaram do encontro.

Os 82 sul-coreanos, com uma idade média de 84 anos, se reuniram com 180 familiares norte-coreanos em um encontro emotivo, após mais de 50 anos sem notícias.

"Penso que quando olhar para o seu rosto, não vou conseguir acreditar", disse Kim Dong-Bin, de 81 anos, horas antes do encontro com a irmã mais velha.

"Não sei se vou conseguir reconhecê-la imediatamente. Faz tanto tempo que não nos vemos", completou.

As negociações entre Seul e Pyongyang tornaram possíveis os encontros, os primeiros desde 2010.

Finalmente, a Coreia do Norte concordou com a reunião depois de ter exigido, em vão, que a Coreia do Sul anulasse as manobras militares conjuntas com os Estados Unidos previstas para os próximos dias.

O encontro entre famílias prosseguirá no próximo domingo, quando outros 88 norte-coreanos se reunirão com 361 familiares sul-coreanos.


A reunião ocorre dias depois da publicação de um relatório da ONU sobre os direitos humanos na Coreia do Norte que acusa o governo de crimes contra a humanidade.

Os participantes, selecionados por sorteio eletrônico, levavam presentes aos seus parentes do Norte, como medicamentos, fotos de família e macarrão instantâneo.

"São coisas difíceis de encontrar na Coreia do Norte. Espero que a minha irmã goste", declarou antes do início do encontro Kim Se-Rin, de 85 anos.

"Tenho separados dólares americanos para ela e para meu irmão mais novo", acrescentou.

Milhares de coreanos foram separados pela guerra e pela divisão da península coreana em dois Estados diferentes.

Dos 125.000 sul-coreanos que se inscreveram desde 1988 para participar deste programa de reencontro familiar, 57.000 faleceram e muitos dos sobreviventes não têm mais forças para realizar a viagem.

As primeiras reuniões foram organizadas em 1985 em um momento de degelo das relações entre as duas Coreias, mas depois foram suspensas por 15 anos.

Uma cúpula intercoreana histórica no ano 2000 permitiu o reinício das reuniões em intervalos regulares.

Desde aquele ano, 21.700 pessoas puderam se reunir, brevemente, com seus familiares.

Mas o programa foi interrompido novamente depois do bombardeio de uma ilha sul-coreana pela Coreia do Norte.

No entanto, as famílias reunidas nesta quinta-feira deverão se separar novamente no sábado para possivelmente não voltar a ser ver mais.

"Esta será nossa primeira e última reunião", reconheceu triste Kim Dong-Nin.

*Atualizada às 11h13 do dia 20/02/2014

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