Mundo

Encontrada segunda caixa-preta do avião da Egyptair

O Gravador de Voz (CVR), que registra as conversas na cabine do piloto, foi encontrado na quinta-feira, também fragmentado, mas igualmente utilizável


	EgyptAir: na capital egípcia, uma equipe de investigação, com o apoio de especialistas franceses e da Airbus, deve analisar os dados
 (Christian Hartmann / Reuters)

EgyptAir: na capital egípcia, uma equipe de investigação, com o apoio de especialistas franceses e da Airbus, deve analisar os dados (Christian Hartmann / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2016 às 10h53.

A segunda caixa-preta do avião da EgyptAir que caiu no Mediterrâneo em 19 de maio foi recuperada, quase um mês após o acidente, e deve, agora, ajudar a esclarecer as causas da tragédia, que deixou 66 mortos.

O Gravador de Dados de Voo (FDR na sigla em inglês), que registra todos os parâmetros de voo, "foi encontrado nesta sexta-feira em vários fragmentos", mas as equipes de busca conseguiram recuperar "a parte mais importante, que contém a memória do aparelho", informa um comunicado da comissão de investigação egípcia.

O Gravador de Voz (CVR), que registra as conversas na cabine do piloto, foi encontrado na quinta-feira, também fragmentado, mas igualmente utilizável.

Alguns minutos antes do anúncio, o coordenador dos investigadores egípcios, Ayman el-Mokadem, informou que a primeira caixa-preta já havia chegado ao porto de Alexandria para ser transportada até a cidade do Cairo.

Na capital egípcia, uma equipe de investigação, com o apoio de especialistas franceses do Escritório de Investigação e Análise (BEA) e da empresa europeia Airbus, deve analisar os dados.

O Airbus A320, que viajava entre Paris e Cairo, caiu no mar em 19 de maio com 66 pessoas a bordo, incluindo 40 egípcios e 15 franceses, depois de desaparecer repentinamente dos radares por causas ainda desconhecidas.

Questões 'importantes'

Para Jean Serrat, consultor de aviação, a análise da primeira caixa-preta ajudará a responder "várias questões extremamente importantes".

"Será que a tripulação foi surpreendida e não teve tempo de agir? Ou houve um fenômeno significativo a bordo que fez com que a tripulação desencadeasse um procedimento de emergência que não deu certo? Há um som de explosão ou descompressão explosiva do avião?", questiona o ex-comandante de bordo.

O CVR funciona como um gravador e normalmente contém até duas horas de conversas: a voz do piloto e de seu copiloto, as comunicações entre a cabine do piloto, o chefe de cabine e os comissários de bordo, mas também o barulho do ambiente no avião.

"O conteúdo da (primeira) caixa-preta será (...) analisada ​​em um departamento especializado do ministério da Aviação Civil no Cairo", indicou à AFP um funcionário do ministério, sob condição de anonimato, antes de acrescentar: "se a memória estiver danificada, vamos enviar a um laboratório no exterior para uma análise mais aprofundada".

O BEA anunciou que enviaria um dos seus investigadores "com conhecimento técnico na leitura do gravador."

Falhas técnicas

Foi o "John Lethbridge", um navio da companhia francesa Deep Ocean Search (DOS), que recuperou as duas caixas-pretas na área da queda acidente, cerca de 290 km ao norte da costa egípcia, entre Creta e o Egipto, a uma profundidade de 3000 m, de acordo com os investigadores.

Este navio está equipado com um robô projetado para mapear o fundo do oceano e trazer à superfície pequenos objetos submersos até 6.000 metros de profundidade.

A hipótese de um ataque contra a Airbus foi apresentada pelo Egito. No final de outubro, uma bomba explodiu a bordo de uma aeronave de turistas russos depois de decolar do balneário de Sharm el-Sheikh (224 mortes). O ataque foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).

Mas a possibilidade de atentado no caso do avião da EgyptAir perdeu espaço para a de um incidente técnico, especialmente na ausência de reivindicação e em razão da sinalização de alarme.

Pouco antes da queda do avião, e durante dois minutos, o sistema de transmissão automático de mensagens do avião indicou que 10 alarmes foram acionados a bordo, bem como uma falha do computador que gerencial os comandos do avião.

A segunda caixa-preta registra segundo a segundo com precisão todos os parâmetros do voo por 25 horas (velocidade, altitude, aumenta da potência do motor, as inclinações, as variações de velocidade de trajetória ...).

Texto atualizado às 10h53

Acompanhe tudo sobre:acidentes-de-aviaoÁfricacompanhias-aereasEgitoEgyptAir

Mais de Mundo

Rússia diz ter certeza de que os EUA 'compreenderam' a mensagem após ataque com míssil

Autoridades evacuam parte do aeroporto de Gatwick, em Londres, por incidente de segurança

Japão aprova plano massivo para impulsionar sua economia

Rússia forneceu mísseis antiaéreos à Coreia do Norte em troca de tropas, diz diretor sul-coreano