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Enchentes no Sul do Brasil afetam países do Mercosul

Na Argentina, mais de 14 mil pessoas foram removidas de seus lares pelas enchentes das últimas duas semanas


	Assunção: 231 mil pessoas foram atingidas pelas enchentes no Paraguai
 (Getty Images/Norberto Duarte)

Assunção: 231 mil pessoas foram atingidas pelas enchentes no Paraguai (Getty Images/Norberto Duarte)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2014 às 16h05.

Buenos Aires - Mais de 14 mil pessoas foram removidas de seus lares pelas enchentes que nas últimas duas semanas assolaram seis províncias argentinas.

O anúncio foi realizado pelo chefe do gabinete de ministros da presidente Cristina Kirchner, Jorge Capitanich, que ressaltou que a província mais atingida é a de Misiones, no nordeste do país, localizada entre o Paraguai e os estados brasileiros do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Em Misiones concentra-se metade das pessoas deslocadas de suas residências pelas inundações na Argentina. 

No entanto, devido à redução das chuvas e a melhoria do clima, centenas de habitantes começaram retornar às suas casas a partir da quinta-feira.

Além de Misiones as enchentes afetaram populações ribeirinhas nas províncias de Corrientes, Chaco, Formosa, Santa Fe e Entre Rios. Além das pessoas removidas as enchentes provocaram a morte de suas pessoas em Formosa.

As autoridades sustentam que a província de Corrientes, por onde passa um trecho do rio Uruguai, seria as próxima atingida, já que a altura das águas, que descem desde o Brasil, começava a aumentar.

A cidade de Santo Tomé, na fronteira com a brasileira São Borja, estava isolada do resto da Argentina devido ao alagamento da rodovia nacional número 14.

As autoridades também temiam uma eventual enchente nos próximos dias na cidade de Paso de los Libres, na fronteira com a brasileira Uruguaiana.

Ontem (quinta-feira) de madrugada 50 pessoas foram removidas de suas casas pelas autoridades.

Paraguai

No Paraguai 42 mil famílias - o equivalente a 231 mil pessoas - foram atingidas pelas enchentes nas últimas semanas, segundo os dados da Secretaria de Emergência Nacional (SEN) e da Unicef em Assunção, capital do país.

Os departamentos (divisão administrativa paraguaia equivalente a estados) mais atingidos são os de Assunção, Ñeembucú e presidente Hayes.

A SEN calcula que nos próximos dias as enchentes se agravarão no trecho sul do rio Paraguai, já que as águas - provenientes do norte - estão descendo em grande volume.

Mais de 75 mil pessoas tiveram que abandonar seus lares em Assunção devido ao aumento do nível das águas.

O presidente paraguaio, Horacio Cartes, prometeu "soluções urgentes" para as pessoas atingidas pelos alagamentos nas áreas vizinhas ao rio Paraguai e nas margens do rio Paraná. No interior do Chaco, a área oriental desse país, diversas comunidades indígenas estão isoladas pelos alagamentos.

As inundações no Paraguai também estão impedindo o cumprimento do cronograma de vacinação do gado contra a febre aftosa em diversas áreas do país.

As principais complicações ocorreriam no departamento de Alto Paraguai, onde 1,3 milhão de bovinos deveriam ser vacinados contra a aftosa.

Uruguai

O secretário da presidência da República do Uruguai anunciou em Montevidéu que o aumento do nível do rio Uruguai, na fronteira do país com a Argentina, provocará nos próximos dias a remoção de 4 mil pessoas, habitantes de áreas ribeirinhas.

As autoridades calculam que Paysandú, no noroeste do Uruguai, é a cidade que seria mais afetada pelas enchentes e as fortes chuvas previstas para esta sexta-feira, 4, e este fim de semana.

Agropecuária

A Fundação da Vida Silvestre, em Buenos Aires, afirmou nesta semana que "os desastres ambientais registrados neste último mês são o fruto do deslocamento da fronteira agropecuária, a transformação de bosques em lavoura para o monocultivo e as hidrelétricas".

A organização acusa os produtores de soja de terem provocado o desflorestamento de milhares de hectares para a produção da oleaginosa.

"A terra perde sua capacidade de absorção e a água escorre, arrastando sedimentos diretamente para as vias fluviais". A fundação também criticou "a existência de várias represas nos rios, principalmente no território brasileiro, que alteram o regime hídrico das vias fluviais".

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