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Enchentes na Argentina deixam pelo menos 56 mortos

A presidenta Cristina Kirchner decretou luto oficial até sexta-feira (5), e o Papa Francisco enviou mensagem de solidariedade aos seus compatriotas

Vista aérea de ruas de La Plata inundadas após as fortes chuvas que atingiram a cidade argentina (REUTERS / Infobae.com)

Vista aérea de ruas de La Plata inundadas após as fortes chuvas que atingiram a cidade argentina (REUTERS / Infobae.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2013 às 07h10.

La Plata – Victoria Blasetti estava assistindo televisão com o marido na noite de terça-feira (2) quando a água começou a entrar em sua casa em La Plata - cidade argentina a 50 quilômetros da capital, Buenos Aires.

“Em questão de minutos, a água subiu 80 centímetros, derrubando móveis e duas geladeiras”, contou Victoria à Agência Brasil, no dia seguinte. “Em 70 anos de vida, já vi muita tempestade, mas nenhuma igual a essa. Em poucas horas, La Plata estava inundada”.

Era a segunda tragédia em dois dias: na segunda-feira (1º) à noite, uma forte chuva inundou 11 bairros de Buenos Aires, provocando a morte de oito pessoas.

Até a madrugada de hoje (4), as autoridades tinham registrado 48 mortes em La Plata e identificado 24 corpos. Todos eram maiores de 50 anos, com exceção de um jovem de 21 anos.

A presidenta Cristina Kirchner decretou luto oficial até sexta-feira (5), e o Papa Francisco enviou mensagem de solidariedade aos seus compatriotas.

Ele disse estar "profundamente aflito com a notícia dos graves danos causados pela chuva torrencial dos últimos dias”, que resultou na morte de 56 pessoas, e pediu “boa vontade” e caridade com as vítimas.

As duas tempestades surpreenderam as autoridades pelo volume de água em pouco tempo. Quase 3 mil pessoas foram retiradas de La Plata, mas muitas tiveram que passar a noite nos telhados e nas árvores, até serem resgatadas no dia seguinte: a forte chuva dificultou o trabalho da Defesa Civil, que não podia usar helicópteros nas primeiras horas e só podia socorrer as vítimas com botes.

Em alguns casos, o socorro chegou tarde.


À medida que as águas começaram a baixar, nessa quarta-feira (3), a Defesa Civil encontrava mais corpos – muitos deles dentro das casas e dos carros.

O governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, anunciou, de manhã, que havia “pelo menos 25 mortos” na “tragédia sem precedentes”. À noite, o número havia praticamente duplicado: as autoridades confirmaram 48 mortes, mas avisaram que as buscas continuam.

“O estranho é que as duas tempestades pegaram todos de surpresa. Como é que o serviço meteorológico foi incapaz de antecipar o diluvio aqui em La Plata, depois da tragédia que acabava de ocorrer em Buenos Aires?”, perguntou o arquiteto Alberto Frankevich, morador do bairro de Tolosa – um dos mais afetados pela enchente.

Ele vive a poucos quarteirões de Ofélia Wilhelm, mãe de Cristina Kirchner que, segundo a presidenta, também ficou sem gás, sem luz e água.

Cristina visitou La Plata na tarde dessa quarta-feira (3) e prometeu ajuda para reforçar a segurança e evitar saques aos supermercados. Cerca de 400 policiais foram destacados para patrulhar as ruas. Em Buenos Aires, a situação é mais tranquila, mas 11 bairros continuam sem luz e mais de 300 mil pessoas foram afetadas pela chuva.

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