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Empresas na Feira de Cantão reformulam estratégias frente às incertezas no comércio global

Expositores ampliam atuação no mercado interno e investem em tecnologia diante do cenário internacional incerto

China2Brazil
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Agência

Publicado em 5 de maio de 2025 às 15h27.

A 137ª edição da Feira de Importação e Exportação da China, conhecida como Feira de Cantão, encerrou sua exposição presencial nesta segunda-feira, 5, em Guangzhou, com número recorde de compradores estrangeiros. Segundo dados oficiais, até o dia 4 de maio, 288.938 compradores de 219 países e regiões participaram do evento — um crescimento de 17,3% em relação à 135ª edição.

Durante a feira, os contratos de intenção de exportação totalizaram US$ 25,44 bilhões — crescimento de 3% em relação à edição anterior. Mais de 60% desse valor veio de negociações com países da Iniciativa Cinturão e Rota, que lideraram o crescimento. Os mercados tradicionais, por sua vez, mantiveram desempenho estável.

Empresas investem no mercado interno chinês

Com as crescentes incertezas no comércio global, muitas empresas expositoras estão revendo suas estratégias de produção e vendas, incluindo a ampliação de atuação no mercado doméstico chinês. É o caso da Shanghai Bestway Sports Technology, que vem tentando ampliar sua presença no mercado interno com produtos infláveis para esportes e lazer.

Segundo o vice-presidente regional de vendas, Jin Zu, embora a demanda esteja crescendo, a disposição do consumidor local em pagar ainda é limitada, o que exige um processo de educação do mercado. A empresa também está direcionando esforços para parcerias com montadoras de veículos elétricos, que passaram a fabricar acessórios como colchões infláveis para carros e atividades ao ar livre.

Embora esse segmento ainda represente uma parcela pequena do negócio, a expectativa é de expansão nos próximos anos.

Produção automatizada e diversificação de destinos

A Beijing Taiyu Boyang International também busca se adaptar ao novo cenário. A empresa, que exporta balões decorativos para América do Norte, Europa e Austrália, considerou transferir parte da produção para o Sudeste Asiático, mas optou por manter as operações na China, diante das incertezas nas políticas comerciais internacionais.

A companhia investiu em uma nova fábrica em Jiangsu, com linhas de produção automatizadas e tecnologias patenteadas, visando reduzir custos e dependência de mão de obra. Com a nova planta, a capacidade de produção deve dobrar para até 2,5 milhões de unidades por dia, reduzindo os custos em até 40%.

Meta é ampliar a presença global

Os produtos abastecerão os mercados europeu e norte-americano e também oferecerão preços mais competitivos para países emergentes, onde o custo é um fator decisivo. Sobre as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, representantes da empresa afirmam que, embora EUA e Europa ainda sejam os principais mercados, a instabilidade atual tem incentivado a diversificação geográfica das vendas.

A meta agora é atender a uma base global mais ampla.

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