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Empresas alemãs são suspeitas em caso do submarino argentino

Existe a suspeita de que as baterias que foram substituídas eram de qualidade inferior

Homenagens a tripulantes de submarino argentino desaparecido (Marcos Brindicci/Reuters)

Homenagens a tripulantes de submarino argentino desaparecido (Marcos Brindicci/Reuters)

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EFE

Publicado em 10 de dezembro de 2017 às 10h50.

Berlim - Duas empresas alemãs que forneceram as baterias do submarino desaparecido "ARA San Juan" estão sob suspeita de terem pagado subornos para conseguir o contrato e de ter oferecido peças de qualidade inferior, segundo informações da emissora regional pública alemã "Bayerische Rundfunk".

O Ministério do Interior alemão confirmou à emissora que recebeu um documento da comissão de Assuntos Exteriores do parlamento argentino solicitando informação sobre o caso, e que remeteu a petição à pasta de Economia.

"Existe a suspeita de que as baterias que foram substituídas não eram, em parte ou em nada, da qualidade que deviam ter sido. Não sabemos também de onde chegaram, se da Alemanha ou de outro país. Por isso queremos saber que técnicos estavam no lugar e quem assinou dizendo: 'bom, isto já está reparado'", declarou a presidente da citada comissão argentina, Cornelia Schmidt-Liermann.

A parlamentar salientou que existe a suspeita de que houve subornos e de que "empresas alemãs estiveram envolvidas" neles e tem se dirigido ao governo alemão por escrito para pedir dados sobre o caso.

"As suspeitas sugerem que houve corrupção", destacou o ministro de Defesa argentino, Oscar Aguad, citado pela emissora alemã.

O ministro tornou públicas essas suspeitas dias atrás na Argentina, país que continua sem notícias do paradeiro do submarino que desapareceu em 15 de novembro no Atlântico Sul com 44 tripulantes a bordo.

Aguad lembra que houve uma denúncia sobre suposta corrupção perante os tribunais que foi "varrida pra debaixo do tapete" e não investigada, e aponta que há também testemunhos que indicam que foram usados materiais sem a qualidade requerida.

As empresas alemãs sob suspeita são a Ferrostaal e a EnerSys-Hawker e, segundo emissora, não se documentou suficientemente os trabalhos que realizaram quando o submarino, de fabricação alemã e incorporado à Marinha argentina em 1985, foi submetido a um processo de reparação no qual, entre outros trabalhos, foram trocadas as baterias.

O "ARA San Juan" reportou sua posição pela última vez na manhã de 15 de novembro, na área do Golfo de San Jorge, a 432 quilômetros da costa argentina.

Poucas horas antes, o comandante do submarino tinha comunicado que uma via de água havia caído sobre as baterias, o que provocou um curto-circuito e um princípio de incêndio, um problema que deu por reparado e continuou o rumo à sua base, em Mar del Plata.

Segundo a emissora alemã, a Ferrostaal e a EnerSys-Hawker assinaram um contrato no valor de 5,1 milhões de euros para o fornecimento de 964 baterias, no qual presumivelmente pagaram subornos.

A Ferrostaal respondeu à emissora e rejeitou qualquer responsabilidade, explicando que se limitou a intermediar o contrato e cobrar uma comissão por isso, enquanto a EnerSys-Hawker, fornecedora das baterias, não respondeu às perguntas. EFE

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