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Empresária que quer frear Brexit é ameaçada de morte

Empresária abriu um processo para frear a intenção do governo britânico de tirar o país da União Europeia sem consultar o Parlamento


	Brexit: se o recurso for aceito, poderá atrasar durante meses o processo
 (Reuters/Toru Hanai/Reuters)

Brexit: se o recurso for aceito, poderá atrasar durante meses o processo (Reuters/Toru Hanai/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2016 às 16h00.

A empresária que abriu um processo para frear a intenção do governo britânico de tirar o país da União Europeia sem consultar o Parlamento denunciou à AFP que tem recebido ameaças de morte.

Gina Miller, cofundadora do fundo de investimentos SCM Private, quer que o Parlamento legisle sobre os termos do Brexit antes de a primeira-ministra Theresa May evocar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, a porta de saída da UE.

Sua queixa foi apoiada por outros cidadãos e a Alta Corte começou a examinar a causa nesta quinta.

Se o recurso for aceito, poderá atrasar durante meses o processo do Brexit, mas Miller, de 51 anos, nega que pretenda subverter a democracia e anular os resultados do referendo de 23 de junho, como denunciado por May.

Miller disse que há outros empresário que se opõem aos planos de May, mas não se uniram a sua luta porque têm medo de "dar a cara a tapa".

"Eu mesma recebi ameaças de morte... Aparentemente, minha cabeça deveria estar na Porta dos Traidores", explicou, referindo-se ao arco que os presos atravessavam ao entrar na Torre de Londres no século XVI.

"Nossa empresa sofreu um boicote. Mas não me deixarei intimidar porque isso é o melhor para todo mundo, ter segurança legal".

As declarações de May e seus ministros sobre a ruptura com o mercado único europeu para poder fechar as fronteiras à migração afundaram a libra e aqueceram o debate.

O governo afirma que seu direito de gestionar o Brexit como quiser é sua "prerrogativa real", um privilégio executivo na política externa que permite ignorar o Parlamento.

Miller afirma que não está lutando por sua empresa e sim pelos direitos dos parlamentares.

"Se estabelecermos um precedente... de que uma primeira-ministra decida que direitos temos e que direitos não temos, voltaremos para uma ditadura e atrasaremos a democracia uns 400 anos", concluiu.

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