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Empresa propõe matar camelos para controlar efeito estufa

Proposta feita pela australiana Northwest Carbon é acabar com 1,2 milhões de animais da espécie no país com ajuda de helicóptero; governo estuda a medida

Os camelos na Austrália produzem emissões equivalentes a de 300 mil carros (Getty Images)

Os camelos na Austrália produzem emissões equivalentes a de 300 mil carros (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2011 às 16h34.

Sydney (Austrália), 9 jun (EFE).- Uma empresa australiana apresentou uma proposta inovadora contra as emissões poluentes: matar toda a população de camelos do país, já que seus gases contribuem para o efeito estufa.

Cada camelo emite cerca de 45 quilos de gás metano por ano, que equivale a uma tonelada de dióxido de carbono.

Embora seja considerada como uma missão impossível, erradicar a população de cerca de 1,2 milhão de camelos seria igual a tirar de circulação 300 mil carros que percorrem cerca de 20 mil quilômetros anuais.

Por isso a companhia australiana Northwest Carbon propõe matar os mamíferos utilizando-se helicópteros e carros e depois processar sua carne para elaborar alimentos para animais de fazenda ou domésticos.

Esta proposta está sendo avaliada pelo Governo de Camberra como parte de seu projeto para a redução de gases poluentes no setor agrícola, explica o secretário legislativo sobre Mudança Climática, Mark Dreyfus.

Os camelos não são só um dos maiores emissores de dióxido de carbono na Austrália, mas também causam prejuízos anuais às colheitas avaliados em mais de US$ 10 milhões.

No entanto, esse número "não inclui o custo ao meio ambiente" e o dano produzido por eles é maior "em períodos secos quando se juntam em hordas", disse à Efe Jan Ferguson, diretora do Ninti One, organismo responsável pelo Projeto para o Controle de Camelos Selvagens na Austrália.

Os camelos, cuja população se duplica a cada nove anos, têm um instinto de sobrevivência tão desenvolvido que podem beber até 200 litros de água em três minutos e percorrer setenta quilômetros ao dia.

Por isso, o projeto do Ninti One apresentou a iniciativa CamelScan, que permite à população comunicar a localização dos animais no Google Maps e analisar seus movimentos e comportamentos de acordo com a estação do ano.

Lançado no início da temporada de acasalamento, entre maio e outubro, o CamelScan se soma a outras ideias como a vigilância aérea e por satélite e a exterminação a partir de helicópteros. Outra ideia é capturar os camelos e aproveitar sua carne para o consumo humano ou animal.

"Mesmo com a tecnologia atual, a erradicação da população total selvagem é considerada impossível" e, por isso, o projeto de controle destes animais pretende simplesmente reduzi-la em áreas críticas, disse Jan.

A Austrália recebeu seu primeiro camelo em 1840, um exemplar procedente das Ilhas Canárias, e depois os colonos britânicos começaram a importá-los de Índia e Paquistão.

Inicialmente foram utilizados para explorar a vasta região desértica do centro do país, já que as animais podem carregar até 800 quilos.

Foi assim até o século XX, quando sua função passou a trens e veículos. Nessa época, milhares foram libertados e, desde então, se reproduzem sem controle.

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