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Empresa indiana explora carro movido a ar comprimido

Os testes atuais se baseiam em ''completar os processos técnicos necessários para industrializar um produto pronto para o mercado nos próximos anos''


	Veículo de ar comprimido da Tata Motors: A empresa indiana idealizou os testes no final de 2011
 (Wikimedia Commons)

Veículo de ar comprimido da Tata Motors: A empresa indiana idealizou os testes no final de 2011 (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2012 às 21h27.

Nova Délhi - Após tentar a sorte com ''o carro mais barato do mundo'', a companhia indiana Tata Motors está desenvolvendo um protótipo de veículo alimentado por ar comprimido com a intenção de comercializá-lo no país.

''A tecnologia é muito nova e provavelmente levará alguns anos para termos um resultado. Mas, por enquanto, não temos nenhum plano oficial de lançamento'', afirmou à Agência Efe o assessor de imprensa da Tata Motors, Arthur Serrao.

Os testes atuais, segundo a própria Tata Motors, se baseiam em ''completar os processos técnicos necessários para industrializar um produto pronto para o mercado nos próximos anos'', a partir de uma licença da companhia MDI de Luxemburgo.

A empresa indiana idealizou os testes no final de 2011 e deu a notícia da existência dos mesmos no último mês de maio, quando revelou que o motor tinha sido testado com sucesso em dois veículos e garantiu que o seu desenvolvimento entrava em uma nova fase com a MDI.

A companhia luxemburguesa ficou conhecida pelo desenvolvimento de motores de ar comprimido como o que alimenta o ''AirPod'', um pequeno veículo com chamativas janelas redondas que atinge velocidades de até 70 km/h e tem um custo de 50 centavos de euro (R$ 1,33) por cada 100 quilômetros rodados.

''Com seu pequeno tamanho, preço baixo, poluição zero, seu design divertido e futurista, o AirPod é um ponto de inflexão no design de veículos urbanos e renova o conceito de veículo e de transporte. Ele pode ser conduzido com apenas um comando'', detalhou a companhia.

Com a referência do ''AirPod'', diferentes veículos da imprensa indiana vem especulando há meses sobre as possíveis características do modelo da Tata Motors, embora a companhia negue qualquer similaridade com o produto da MDI.

''A Tata Motors, obviamente, não é a responsável pelo famoso ''AirPod''. O que faremos será combinar a tecnologia da MDI com os nossos próprios veículos. O resultado pode demorar meses, até anos'', explicou Serrao.


A imprensa indiana batizou até agora o projeto como ''Tata Mini-Cat'' e afirmou que o carro teria que ser reabastecido em estabelecimentos equipados com tanques especiais de ar comprimido ou com um gerador próprio de uso caseiro.

Os mais críticos com este tipo de tecnologia ainda em testes comentaram que os carros movidos a ar comprimido são muito menos eficientes que os elétricos, porque os motores necessitam de muita energia para comprimir o ar.

Porém, o baixo custo de reabastecimento que representa o ar comprimido é um poderoso atrativo para um mercado como o indiano, onde milhões de pessoas não possuem renda suficiente para pensar na aquisição de um carro e assumir suas despesas de manutenção.

Apesar da visão comum de ruas e estradas indianas abarrotadas de veículos buzinando em engarrafamentos intermináveis, existem na Índia apenas 18 carros para cada mil pessoas, enquanto na China a proporção é de 83/mil e nos Estados Unidos de 802/mil, segundo o Banco Mundial.

Esse dado é uma das razões pelas quais a companhia indiana - dona também da Jaguar, da Land Rover e da Hispano Carrocera - apostou pelo Tata Nano, um pequeno utilitário que foi apresentado como o ''carro mais barato do mundo'', por apenas US$ 1.980 (R$ 4.020).

Nos últimos anos, a Tata Motors buscou outras soluções adaptadas ao crescente mercado automotivo indiano com veículos elétricos, como o Megapixel e o Pixel, dois carros com emissões baixas e baterias eficientes que já foram exibidos em feiras de automóveis.

''Necessitamos desenvolver produtos com uma combustão mais eficaz e limpa. Nossas principais cidades estão muito poluídas. E, certamente, não podemos deixar de lado a condição econômica da nossa gente'', concluiu Serrao.

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